MEIO AMBIENTE

Grupo de apicultoras de Pernambuco é destaque em jornal do Reino Unido

The Guardian contou a história do Grupo Agroflores, formado por mulheres que precisaram se reinventar após serem expulsas de seu território

Cadastrado por

Katarina Moraes

Publicado em 05/10/2023 às 16:01 | Atualizado em 05/10/2023 às 16:17
Grupo Agroflores foi pioneiro na apicultura feminina do município de Barreiros - DIVULGAÇÃO

Abelhas levaram pernambucanas ao destaque em um dos principais jornais do mundo. O inglês The Guardian retratou, nessa quarta-feira (4), o grupo Agroflores, formado por mulheres pioneiras na apicultora de Barreiros, na Mata Sul.

Ao serem retiradas do local de origem devido à expansão do Porto de Suape e levadas até o Assentamento de Ximenes, espaço fornecido pelo governo que é rodeado de plantações de cana de açúcar, mas tem poucas opções de plantio. 

A infraestrutura e habitação também são precárias, sem estradas pavimentadas, escolas ou postos de saúde, além ser frequentemente inundada pelo rio.

Inicialmente, o grupo tentou implementar o Sistema Agroflorestal (SAF) para cultivar de plantas sem agrotóxicos com culturas de produção diferentes, em parceria com o Instituto Federal de Pernambuco (IFPE).

Contudo, vários problemas climáticos interferiram na produção do grupo, que se viu sem saídas, até conhecer a apicultura: técnica desenvolvida na criação de abelhas com ferrão para o cultivo do mel, própolis e diversos outros produtos.

 

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Então, em 2018, com a ajuda da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), aprenderam criar abelhas e tirar delas sua renda. Junto à professora Renata Valéria, do Departamento de Zootecnia da UFRPE, a mudança foi uma verdadeira renovação para as moradoras da nova morada.

A reportagem de Gabriela Portilho contou que Renata deu ao grupo trajes de proteção e ensinou as técnicas de apicultura para produção de um mel sem agrotóxicos. Foi assim que elas obtiveram independência financeira, além de pressionarem por uma nova dinâmica sustentável na comunidade.

Para atrair mais abelhas, as mulheres começaram a plantar ao redor de suas casas usando técnicas transmitidas por seus ancestrais, transformando seus quintais em oásis com flores, árvores e plantações. 

Hoje, elas encontram formas sustentáveis de produção de mel a partir da combinação de técnicas de melhoramento genético com conhecimentos ancestrais.

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