O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) adotou, nessa segunda-feira (8), a Praça Dezessete, no bairro de Santo Antônio, Centro da cidade. Assim, passa a ser responsabilidade do judiciário por no mínimo 5 anos a manutenção do espaço público, que há anos é um retrato do abandono do patrimônio e das pessoas em situação de rua que nela descansam.
O contrato de adoção foi assinado pelo prefeito em exercício, desembargador Ricardo Paes Barreto, e o desembargador Fausto Campos, primeiro vice-presidente do Tribunal e que está à frente do judiciário pernambucano até a volta do prefeito João Campos (PSB) ao cargo.
“Eu falei com com o prefeito João Campos, no dia da transmissão de cargos, que gostaria de adotar aquela praça enquanto poder judiciário. Vamos requalificar ela toda, cuidar do jardim e recuperar a estátua de Santos Dumont. Precisamos, como poder judiciário, participar com a sociedade daquilo que faz parte do nosso ambiente, como a praça em questão”, declarou Ricardo Paes Barreto.
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Assim, o TJPE poderá instalar equipamentos na praça, desde que haja prévia autorização da Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb), e sem que comprometa em caráter permanente o uso ou a estética da praça.
“O convênio é bem importante para o Tribunal e nós vamos assumir a praça em um momento histórico, em que o presidente do Tribunal está como prefeito. Essa parceria e interação entre os poderes judiciário e executivo é muito importante para a população do Recife e para o sistema como um todo”, afirmou o desembargador Fausto Campos.
HISTÓRIA
A Praça Dezessete teve origem no adro do primeiro templo calvinista construído na Cidade Maurícia, em 1642 e é localizada entre a Rua do Imperador e à margem do Rio Capibaribe. Seu projeto paisagístico, elaborado em 1930, é de autoria do arquiteto Burle Marx, e o nome homenageia a Revolução Republicana de 1817.
Ela possui o Monumento Português à Aviação, lembrando a primeira travessia do Atlântico Sul feita por Gago Coutinho e Sacadura Cabral, em 1922, além de uma fonte em cantaria com a estátua de uma índia representando a nação brasileira.
Contudo, toda a glória de sua história é apagada pela situação atual. Não é mais ocupada por famílias em seus momentos de lazer. Hoje, lixo espalhado, piso desgastado e vegetação mal cuidada são parte do cenário visto no equipamento. Já seus bancos são ocupados por várias das pessoas em situação de rua que fazem do Centro do Recife um refúgio.