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Seminário sobre Confederação do Equador debate desafios da cidadania e do republicanismo no Brasil

Especialistas de universidades do País vão discutir o movimento pernambucano de 1824. Conferências serão realizadas entre os dias 14 e 16

Cadastrado por

JC

Publicado em 10/08/2024 às 13:10
Cavalaria do Exército Imperial ataca os rebeldes da Confederação do Equador, em Recife, em pintura de Leandro Martins (1824) - REPRODUÇÃO

Um seminário com especialistas de universidades do País vai discutir o movimento pernambucano de 1824 no contexto dos anos iniciais da formação do Estado Brasileiro. O evento, organizado pela Comissão do Bicentenário da Confederação do Equador, erá realizado entre os dias 14 e 16 de agosto, na Escola Judicial de Pernambuco (Esmape), no Recife. 

Estão previstas quatro conferências principais e 11 mesas-redondas. Entre os especialistas convidados, estão Heloísa Starling (UFMG), Socorro Ferraz (UFPE), João José Reis (UFBA) e Luiz Carlos Villalta (UFMG).

A vice-governadora de Pernambuco, Priscila Krause, coordenadora do grupo, destacou a atualidade do movimento, que teve como um dos líderes Joaquim do Amor Divino, o Frei Caneca (1779-1825). O religioso pagou com a vida por participar da Confederação do Equador e defender ideais consagrados nos dias atuais como a república.

"Estudar e debater a Confederação do Equador é uma oportunidade de discutir as noções basilares de cidadania, de participação política e de defesa das garantias individuais e direitos da coletividade", declarou. 

A Confederação do Equador teve a adesão da maior parte do Nordeste. Mas não foi um evento apenas regional, pois o que ocorreu no Nordeste insurgente representava anseios e ideais defendidos durante aqueles anos em várias partes do Brasil.

Tradicionalmente, a história do processo de emancipação política brasileira e do estabelecimento do Estado nacional foi contada a partir da perspectiva do projeto vencedor, isto é, tomando como foco o eixo Rio de Janeiro/São Paulo/Minas como cenário e a figura de Pedro I, com um Estado extremamente centralizado, pesando sob as demais províncias do Brasil.

O historiador e professor do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) George Cabral, membro da comissão do bicentenário e organizador do seminário, contou que outros projetos de independência mais sintonizados com os valores da Revolução Francesa e da democracia moderna, bem como a voz das camadas subalternas, foram sistematicamente esquecidos ou desqualificados.

"Eventos como esse seminário são importantes para ressaltar a existência de outras formas de conceber nosso Estado nacional, e também a atuação dos agentes históricos secularmente marginalizados (indígenas, negros/as escravizados/as, forros/as e livres, mestiços/as e brancos/as pobres). O Estado de Pernambuco é um exemplo disso com seus movimentos libertários que foram importantes na construção de nossa democracia", disse. 

INSCRIÇÕES GRATUITAS

As inscrições podem ser realizadas gratuitamente pelo link: https://linktr.ee/upeoficial_.

O seminário é organizado pelo governo de Pernambuco, pelo Programa de Pós-graduação em História da UFPE, pela Universidade de Pernambuco, pelo Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano, pela Academia Pernambucana de Letras e pela Escola Judicial de Pernambuco.

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