Publicado em 05/03/2020 às 0:00
O ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, disse nesta quinta-feira (5) que pretende fazer um trabalho para dar mais “sustentabilidade” à transposição de águas do Rio São Francisco e que o projeto deve ser concluído no atual governo. Segundo ele, isso inclui obras que deem mais capilaridade no interior do semiárido de cada Estado beneficiário do projeto e também o uso responsável da água. Ele se reuniu ontem na tarde desta quinta-feira (05) na sede da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) com os gestores da autarquia. Foi a primeira vez que veio à Sudene como ministro da pasta e isso ocorreu dois dias depois da exoneração do ex-superintendente da estatal, o empresário pernambucano Douglas Cintra. O novo superintendente, o advogado Evaldo Cruz Neto, que é genro de Cássio Cunha Lima (PSDB), não compareceu ao encontro.
A transposição até hoje não é sustentável, porque gasta muita energia paga pelo governo federal. A intenção da União é passar essa conta para os Estados beneficiários do projeto: Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará.
Marinho citou a transposição como um dos projetos importantes para a integração da região. As principais obras complementares à transposição do Rio São Francisco em Pernambuco são: a Adutora do Agreste - que foi iniciada em 2013 e até hoje não foi concluída devido ao atraso no repasse dos recursos da União - e o Ramal do Agreste - que está sendo implantado pelo governo federal e tem sua conclusão prevista para fevereiro de 2021. Essas são as duas obras que vão transportar a água da transposição para a região de maior estresse hídrico do Estado: o Agreste. Atualmente, Pernambuco tem 61 cidades em estado de emergência devido à estiagem.
“A nossa intenção é entrar em contato com os governadores (nordestinos) para falar de uma carteira de projetos que impactem o conjunto da região e que, sobretudo, gerem emprego, renda e desenvolvimento local”, disse Marinho ao jornalista da Sudene, que compartilhou o áudio com os repórteres. A assessoria do MDR não convocou a imprensa por se tratar de “agendas internas”.
Ainda de acordo com Marinho, o governo federal quer resgatar o papel de agência de desenvolvimento da Sudene. Ele também citou que o governo federal pretende dar uma atenção ao Nordeste, “principalmente para atacar as diferenças regionais do País e propiciar igualdade de oportunidades e condições para integrar o País”.
Também ocorreu um encontro do ministro com o novo superintendente da CBTU Recife, Tiago Pontes de Queiroz, que recebeu o ministro na sede da Superintendência da estatal acompanhado pelo diretor-presidente da CBTU, José Marques. Na visita, estiveram presentes todos os diretores da CBTU Recife. “É nossa missão conhecer todas as empresas coligadas ao Ministério. Estamos percorrendo os vários Estados brasileiros fazendo essas visitas, um trabalho de caráter geral e da amplitude da ação do Ministério”, afirmou Marinho ao jornalista da CBTU Recife. O Metrorec vive um momento difícil devido à falta de investimentos do governo federal e, no último dia 18, ocorreu uma colisão entre os trens da estatal que deixou mais de 60 feridos.