Com Estadão Conteúdo e Agência Brasil
Na contramão do que vem defendendo o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta, pediu, nesta segunda-feira (30), em entrevista coletiva, que a população mantenha as recomendações dos estados brasileiros para conter o avanço do novo coronavírus (covid-19).
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"Tenho dialogado com os secretários municipais e estaduais dentro do que é técnico, dentro do que é científico, dentro do planejamento. O que (conversamos) é o que a gente precisa ter na saúde nesta semana, e nas outras semanas, para que a gente possa imaginar qualquer tipo de movimentação que não seja esta que a gente está", disse Mandetta.
E complementou: "Por enquanto mantenham a recomendação dos Estados, porque essa é, no momento, a medida mais recomendável, já que nós temos muitas fragilidades no sistema de saúde, que são típicas não de falta do ministério da saúde ou do governo."
O presidente vem há dias contrariando o que indicam as autoridades de saúde no combate à doença. Nesse domingo, ele saiu às ruas de Brasília para visitar comércios locais e cumprimentar populares. Bolsonaro chegou a recomendar que "todos os políticos" saiam às ruas para, em sua avaliação, entender a realidade do País.
O ministro participou nesta segunda-feira (30) da primeira coletiva sobre o coronavírus realizada no Palácio do Planalto, com a participação de responsáveis por outras pastas. Até então, os anúncios à imprensa acerca da crise sanitária eram comandados por ele e ocorriam no Ministério da Saúde.
Em vários momentos da coletiva, o ministro repetiu que o Ministério da Saúde segue com um posicionamento "técnico" diante da pandemia. "A pasta Saúde continua se guiando pelo que é técnico, pelo que é científico", disse em uma das vezes.
Segundo balanço divulgado nesta tarde pelo Ministério da Saúde, o número de mortes em razão do novo coronavírus subiu de 136 para 159 desse domingo (29) para esta segunda-feira (30). Já os casos confirmados saíram de 4.256 para 4.579.
O ministro da Casa Civil, Walter Braga Netto, afirmou nesta segunda-feira (30), na coletiva, que não existe, no momento, a ideia de demissão do ministro da Saúde.
"Deixar claro para vocês, não existe essa ideia de demissão do ministro Mandetta, isso aí está fora de cogitação, no momento", disse Braga Netto, se adiantando e respondendo a um questionamento de um jornalista, dirigido ao responsável pela Saúde, sobre a possibilidade de saída.
Em seguida, Mandetta disse: "Vamos lá, em política, quando a gente fala 'não existe', a pessoa já fala 'existe'."
Ao tomar a palavra, o ministro da Saúde também afirmou que considera "normais" os momentos de tensão no governo diante do desafio. "Todos nós estamos tentando fazer o melhor pelo povo brasileiro. O presidente também", disse.
"Os processos em andamento, as tensões, são normais pelo tamanho desta crise", acrescentou.
O número de mortes relacionadas ao novo coronavírus no Brasil aumentou para 159. Segundo dados do Ministério da Saúde nesta segunda-feira (30), há também 4.579 casos confirmados da doença no País. A região com maior número de pessoas infectadas continua sendo o Sudeste, com 2.507.
De acordo com o MS, a taxa de letalidade é de 3,5%. Nesta segunda, a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) divulgou que seis pessoas morreram vítimas da doença em Pernambuco.
Sudeste- 2.507 casos confirmados.
Nordeste - 790 casos confirmados.
Sul - 593 casos confirmados.
Centro-Oeste - 435 casos confirmados.
Norte - 254 casos confirmados.
Em Pernambuco, o Ministério da Saúde atualizou o número de casos confirmados do novo coronavírus para 78. No início da tarde desta segunda-feira, a SES-PE havia divulgado que 77 estão infectadas pela doença. A secretaria mantém o número de 77.
Segundo a SES-PE, os casos estão distribuídos nos seguintes municípios: Recife, Jaboatão dos Guararapes, Olinda, Camaragibe, São Lourenço da Mata, Palmares, Belo Jardim, Caruaru, Petrolina e Goiana, além do Arquipélago de Fernando de Noronha e da ocorrência de pacientes em outros Estados e países.
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Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus foi descoberto em 31/12/19 após casos registrados na China.Os primeiros coronavírus humanos foram isolados pela primeira vez em 1937. No entanto, foi em 1965 que o vírus foi descrito como coronavírus, em decorrência do perfil na microscopia, parecendo uma coroa.
A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida, sendo as crianças pequenas mais propensas a se infectarem com o tipo mais comum do vírus. Os coronavírus mais comuns que infectam humanos são o alpha coronavírus 229E e NL63 e beta coronavírus OC43, HKU1.
O Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o coronavírus. Entre as medidas estão:
Para a realização de procedimentos que gerem aerossolização de secreções respiratórias como intubação, aspiração de vias aéreas ou indução de escarro, deverá ser utilizado precaução por aerossóis, com uso de máscara N95.