Depois dos últimos capítulos da crise política instaurada no Brasil, em meio à pandemia do novo coronavírus, que resultou na exoneração de Luiz Henrique Mandetta do Ministério da Saúde, o presidente do Brasil, Bolsonaro (sem partido), atacou o líder da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Durante uma entrevista ao Breaking News, da CNN Brasil, o líder brasileiro declarou guerra contra Maia dizendo que o presidente da Câmara tem que o "respeitar como chefe do Executivo".
Bolsonaro começou a entrevista relatando que Maia havia proposto uma contribuição de todos os servidores públicos brasileiros de 25% para sanar os gastos gerados pela pandemia do novo coronavírus. Segundo o presidente, os valores beiram os R$ 1 trilhão. "Quem ganhasse R$ 2 mil, ia deixar de ganhar R$ 500. Quem paga aluguel, condomínio, quem paga escola do filho não teria como, no meu entender, se ajustar", explicou o presidente que apoia a proposta do ministro da Economia, Paulo Guedes, que propôs o não reajuste dos salários dos servidores até o dia 31 de dezembro de 2021, o que ele (Bolsonaro) classificou como "menos agressiva".
O presidente mandou ainda um recado para o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM), e aos demais senadores para que prestassem atenção no projeto aprovado na Câmara, na última segunda-feira (13), que destina R$ 89,6 bilhões aos Estados e municípios para a reposição das perdas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e do Imposto Sobre Serviços (ISS) ante à pandemia do novo coronavírus. "Dessa forma, o Brasil perde, todos nós vamos perder, o Brasil vai ficar insolvente, o Brasil vai quebrar", declarou
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Bolsonaro disse que a economia projetada com a reforma da Previdência foi engolida pela atual crise com a proposta da Câmara, que ainda deve passar pelo Senado. E ampliou os ataques. "Eu lamento a posição do Rodrigo Maia, resolveu ele assumir o papel do Executivo. O senhor Rodrigo Maia resolveu não conversar com mais ninguém. Qual o objetivo do senhor Rodrigo Maia, resolver o problema ou atacar o presidente da República?", questionou.
O presidente prosseguiu e disse que Maia, classificado como o "dono da pauta" por ele, "está conduzindo o Brasil para o caos" com a intenção de "esculhambar a economia para que eles possam voltar em 2022".
Bolsonaro completou que deputados pegaram o "Plano Mansueto" de socorro aos Estados e municípios "e resolveram simplesmente aprovar a parte que interessava a eles". E completou: "o Brasil não merece o que o Rodrigo Maia tem feito com o Brasil, não merece sua atuação. Quando você fala em diálogo, a gente sabe que tipo de diálogo o senhor está falando. Dessa forma está aprofundando a crise".