O presidente Jair Bolsonaro voltou a minimizar os gastos com o cartão corporativo nesta segunda-feira (11). Em conversa com apoiadores, o presidente disse que financiou parte da operação de repatriação de brasileiros residentes em Wuhan, na China.
Questionado por uma apoiadora se a China escondeu dados sobre o novo coronavírus, o presidente evitou comentar sobre o assunto e citou os gastos do cartão presidencial.
"O que eu posso falar da China é que ontem a imprensa como sempre, dá licença aí, a imprensa como sempre criticando o cartão corporativo", comentou. Bolsonaro chamou a imprensa de "mau caráter" e irresponsável por noticiar os gastos feitos de janeiro a abril deste ano.
Como o jornal O Estado de S. Paulo revelou, os gastos do cartão corporativo dobraram nos quatro primeiros meses de 2020, na comparação com a média dos últimos cinco anos. A fatura no período foi de R$ 3,76 milhões. O valor gasto é lançado todo mês no Portal da Transparência do governo, mas não é detalhado, o que impede saber o peso que a operação para resgate dos brasileiros na China teve na fatura total.
Aos apoiadores, Bolsonaro falou sobre gastos na operação de repatriação, sem explicações mais detalhadas sobre o assunto. "Até parece que eu estou tomando, tô usando o cartão para fazer festa", comentou.
Na saída da residência oficial, Bolsonaro apareceu usando máscara de proteção. Pela manhã, ao sair do Alvorada, o presidente não costuma usar máscara. Nesta segunda, contudo, o governo do Distrito Federal inicia a fiscalização do uso de máscaras em espaços públicos.
O decreto que estabelece a obrigatoriedade do uso vale desde o dia 30 de abril, mas ainda não havia penalização para quem não cumprisse a determinação. Pela norma, os brasilienses devem usar a proteção também em vias, paradas e veículos de transporte público coletivo, além de estabelecimentos comerciais, industriais e de serviços. A multa para quem não cumprir a definição pode chegar a R$ 2 mil.
O presidente respondeu ainda a um apoiador que o questionou sobre a "demora do ministro da Saúde, Nelson Teich, em endossar o uso da hidrocloroquina" no tratamento da covid-19. O medicamento ainda não tem eficácia comprovada contra a doença.
"Não é verdade essa informação (sobre demora), porque está no protocolo. Tem Estado que não está aceitando. Está dificultando, outros não". O presidente destacou ainda que o medicamento pode ser encontrada em farmácia do DF. "Tem a cloroquina aqui nas farmácias em Brasília, aqui tem. Em alguns Estados não tem. Vamos tentar correr atrás o por que não tem", disse.