Na saída do Palácio do Planalto desta terça-feira (12), o presidente da República afirmou que a gravação ministerial de 22 de abril, quando, segundo Moro, Bolsonaro teria cobrado a substituição do diretor-geral da PF e da superintendência do Rio de Janeiro, deveria ter sido destruída. Mais cedo, ele também falou que tem que tratar o "problema do coronavírus resolvendo o desemprego".
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Procuradoria Geral da República, Advocacia Geral da União e Moro foram à PF em Brasília assistir ao vídeo de Bolsonaro na reunião ministerial na manhã desta terça-feira (12). Com permissão do ministro do STF Celso de Mello, o grupo teve acesso a íntegra da gravação.
Se referindo ao vídeo citado pelo ex-ministro da Justiça Sergio Moro, como prova da tentativa de interferência do chefe de Estado na Polícia Federal, o presidente afirmou que quem vazou o vídeo está "prestando desserviço" e a imprensa divulgando "fake news" sobre o caso.
"Esse vazador está prestando um desserviço. Não existe no vídeo a palavra 'Polícia Federal' nem 'superintendência'. Não existem as palavras 'superintendente' nem 'Polícia Federal'. O que a mídia está divulgando agora é um fake news. Um informante, ou vazador, está desinformando", declarou.
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Bolsonaro também ressaltou não "esconder nada de ninguém", quando questionado sobre a expectativa em relação à apresentação do vídeo e do depoimento dos ministros. "O depoimento do Moro, com todo respeito, quem leu e leu com isenção viu que não tem acusação nenhuma. O do Valeixo, a mesma coisa. Esse vídeo agora é a última cartada midiática usando da falácia e da mentira para tentar achar que eu tentei interferir na PF. Pelo amor de Deus".
Na manhã desta terça-feira (12), também no Palácio da Alvorada, o presidente falou que a questão do coronavírus tem que ser tratada "juntamente com o desemprego". "São dois problemas, vírus e desemprego, não se trata só um".
A afirmação foi feita com relação ao País estar voltando para o mapa da fome. "Estou vendo as notícias no jornal. Agora, eu vejo de diagonal, e na economia estamos voltando ao País da fome", disse.
Um dos apoiadores presentes se identificou como morador de Araraquara, interior de São Paulo, e pediu que a população pudesse voltar a trabalhar. "Se falam que a máscara é necessária para não transmitir, por que a gente não põe a máscara e volta a trabalhar? É isso o que estamos precisando", pediu.
Em resposta, o presidente afirmou que a decisão é da prefeitura e do Estado. "O prefeito tem que conversar com João Doria, porque o Supremo deu para eles o poder de discutirem essa questão. Se você comigo, seria diferente", avisou.