Pivô do inquérito que investiga uma suposta interferência do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na Polícia Federal, o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio comentou disse que o vídeo da reunião ministerial ocorrida em 22 de abril no Palácio do Planalto demonstra que a "verdade foi dita". O conteúdo da reunião foi liberado nesta sexta-feira (22) pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello.
O vídeo é peça-chave nas denúncias do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro, que afirmou, em depoimento, que a reunião mostra uma tentativa de Bolsonaro de interferir na Polícia Federal.
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Moro alegou que declarações do presidente durante a reunião provavam o que foi dito por ele a respeito da tentativa de interferência de Bolsonaro. Segundo ele, isso ficou comprovado depois da reunião com a demissão de Maurício Valeixo do cargo de diretor da PF no dia 21 de abril e a troca no comando da Superintendência da PF no Rio de Janeiro. O novo diretor-geral, Rolando de Souza - escolhido depois que o STF proibiu a nomeação de Alexandre Ramagem - indicou Tássio Muzzi para superintendência do Rio em 6 de maio.
Moro não se aprofundou sobre outros temas discutidos durante a reunião e limitou-se a dizer que "cada um pode fazer a sua avaliação" a respeito.