Prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PDT) afirmou ontem que a operação da Polícia Federal que investiga possíveis irregularidades em compra de 150 respiradores mecânicos pelo município tem "motivações políticas e eleitorais".
"Eu não quero crer que uma instituição (referência à PF) com tantos servidores sérios e honestos possa ter o seu trabalho contaminado por um representante que tenha eventualmente motivações políticas e eleitorais", disse o gestor.
Sem se referir a nomes, o prefeito afirmou que esse representante tem "cargo de confiança do presidente da República e está aqui exercendo uma missão para o Governo Federal". A declaração foi dada ontem, durante transmissão pelas redes sociais.
Em seguida, RC acrescentou: "Não esqueçam, este ano é ano de eleição. Eu não sou candidato, mas tem muita gente interessada em desconstruir (o trabalho da Prefeitura). É a mesma turma do lenga-lenga, da denúncia e das fake news".
Deflagrada nessa segunda-feira pela PF, Ministério Público Federal (MPF), Controladoria-Geral da União (CGU) e Justiça Federal, a Operação Dispneia (em alusão à falta de ar, um dos sintomas da Covid-19) apura suspeita de superfaturamento na aquisição de aparelhos de auxílio de respiração pela Prefeitura de Fortaleza.
Os equipamentos são vitais no tratamento da infecção pelo novo coronavírus, cujos casos em território cearense se concentram sobretudo na Capital, que está sob vigência de decreto de lockdown (bloqueio total) desde 8 de maio.