O presidente Jair Bolsonaro afirmou a apoiadores, na saída do Palácio da Alvorada, que vão "ter mais" ações da Polícia Federal como a ocorrida no Rio de Janeiro. Nesta terça-feira (26), a corporação cumpriu mandado de buscas e apreensão no Palácio das Laranjeiras, residência oficial do governador Wilson Witzel (PSC), e em outros endereços ligados ao governo do Estado.
Um apoiador que fazia parte da plateia em frente à residência oficial na manhã desta quarta-feira (27) agradeceu à PF "pela ação que tomou ontem no Rio de Janeiro contra aquele governador que não quer nada".
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"Vai ter mais. Enquanto eu for presidente, vai ter mais. Isso não é informação privilegiada, não. Vão falar que é informação privilegiada", disse Bolsonaro em resposta, ao som de aplausos.
Para outro apoiador que cobrou "Justiça em tempo real para todos que cumpriram crimes contra a população", o presidente assegurou: "A Polícia Federal está agindo".
A ação de ontem da PF faz parte da Operação Placebo, que apura possíveis desvios de recursos públicos destinados ao atendimento do estado de emergência de saúde pública do coronavírus no Rio. Segundo a PF, há indícios de um esquema de corrupção envolvendo uma organização social contratada para a instalação de hospitais de campanha e servidores da cúpula da gestão do sistema de saúde do Estado do Rio de Janeiro.
Novas buscas da PF no Rio de Janeiro acontecem nesta quarta. Mas a corporação cumpre ordens judiciais no âmbito do inquérito das fake news, que tramita junto ao Supremo Tribunal Federal (STF). Agentes realizam 29 buscas no Distrito Federal, Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso, Paraná e Santa Catarina. Os mandados foram expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes, relator da investigação no STF, e miram nomes ligados ao "gabinete do ódio".
A Polícia Federal (PF) cumpre, na manhã desta quarta-feira, 27, ordens judiciais no âmbito do inquérito nº 4.781, o inquérito das fake news, que tramita junto ao Supremo Tribunal Federal. Agentes realizam 29 buscas no Distrito Federal, Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso, Paraná e Santa Catarina. Os mandados foram expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes, relator da investigação no STF, e miram nomes ligados ao "gabinete do ódio". Entre os alvos de buscas estão o presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, e o deputado estadual Douglas Garcia (PSL).
Garcia disse à reportagem que os agentes da PF estiveram em seu gabinete na Assembleia Legislativa de São Paulo e apreenderam computadores. O deputado disse que as buscas são "lamentáveis".
A investigação foi aberta no dia 14 de março de 2019, por portaria assinada pelo presidente do Supremo, ministro Dias Toffoli, e trata de ameaças, ofensas e fake news disseminadas contra integrantes da Corte e seus familiares. As apurações já atingiram ao menos 12 pessoas, entre deputados federais, estaduais e empresários bolsonaristas.
Como mostrou reportagem do Estadão, doze perfis com prática sistemática de ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) nas redes sociais já foram mapeados pelo inquérito. A investigação corre sob sigilo e deve ser concluída ainda neste semestre, quando seguirá para o Ministério Público.
No âmbito de tal inquérito, Alexandre de Moraes cobrou nesta terça-feira, 27, explicações do ministro da Educação, Abraham Weintraub sobre a declaração feita na reunião de 22 de abril, quando Weintraub afirmou que, por ele, "botava esses vagabundos todos na cadeia", "começando no STF". O titular do Ministério da Educação terá agora cinco dias para prestar depoimento à Polícia Federal.