Bolsonarista Sara Winter é expulsa do DEM após protesto com tochas

A ativista é alvo de inquérito que investiga a disseminação de notícias falsas sobre o Supremo Tribunal Federal (STF)
Estadão Conteúdo
Publicado em 02/06/2020 às 12:19
Sara Winter é alvo de inquérito que apura fake news Foto: REPRODUÇÃO


Após pressão de integrantes do Partido dos Democratas, o presidente nacional do DEM e prefeito de Salvador, ACM Neto, determinou a expulsão sumária da bolsonarista Sara Fernanda Giromini, conhecida como Sara Winter, da sigla. A ativista é alvo de inquérito que investiga a disseminação de notícias falsas sobre o Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo o jornal Correio 24 Horas, Neto afirmou, nesta terça-feira (2), que os protestos contra o STF comandados por ela no final de semana, que usaram simbologia do grupo supremacista branco Ku Klux Klan (KKK), não estão de acordo com o que o partido defende.

Os atos foram convocados pelo autodenominado grupo 300 do Brasil, que faz acampamento em Brasília e do qual Sara Winter é lider. 

"Essa senhora promoveu movimentos inaceitáveis de desrespeito à democracia, de agressão às instituições. Movimento que sem dúvida alguma flerta com tendências autoritárias, que são inaceitáveis para o nosso país. As atitudes dela confrontam com o espírito do Democratas, com os princípios do nosso partido. Para o Democratas, a democracia é um valor inegociável. Não iremos tolerar, aceitar ou compactuar com nenhum tipo de movimento que possa colocar em risco a democracia", reportou o jornal.

Na segunda-feira (1º), ACM Neto já havia chamado de criminosas as pessoas envlvidaidas nos atos que reuniram manifestantes de rostos cobertos e tochas.

Para ele, o comportamento "passou dos limites". "Pessoas encapuzadas. Pessoas com tocha nas mãos. Pessoas defendendo agressões ao Supremo Tribunal Federal. Pessoas defendendo intervenção militar. O Brasil não tem condições de estar vivendo isso, e é uma extra insensibilidade com os milhares de mortos, e com as famílias que estão sofrendo nesse momento", disse na segunda, em referência à pandemia do coronavírus.

"É inaceitável. Está passando de todos os limites. Além do mais, qualquer coisa que signifique agressão física, enfrentamento físico, nada disso pode ser tolerado. Então, fica aqui o meu repúdio como cidadão, mais do que como presidente do Democratas ou prefeito de Salvador, o meu repúdio como cidadão a esses radicais insensíveis, a essas pessoas que são criminosas", completou, ainda de acordo com o portal.

Também na segunda, Sara foi intimada a depor na Polícia Federal e gravou um vídeo respondendo que não iria "a esta bosta".  

A apoiadora bolsonarista pode ser alvo de um pedido de prisão do Ministério Público em razão de ameaças dirigidas ao ministro do STF Alexandre de Moraes, que conduz a investigação.

Em vídeo publicado nas redes sociais, Winter falou que, se estivesse na mesma cidade que Moraes, chamaria o ministro para "trocar socos". Ela também prometeu perseguir e "infernizar" a vida do ministro, responsável por determinar a operação da Polícia Federal (PF) que apreendeu computador e celular da ativista.

O grupo 300 causou polêmica em maio, quando Sara Winter disse à BBC Brasil que havia armamento no acampamento. Em resposta, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) definiu o movimento como "milícia armada" e entrou com ação civil pública na Justiça para dispersar a aglomeração.

O grupo havia arrecadado mais de R$ 80 mil em um site de financiamento coletivo para manter custos e pagar um "treinamento". O site que hospedava a vaquinha tirou do ar a campanha após pressão nas redes sociais. 

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