Em nova reunião ministerial, Bolsonaro muda o tom e evita palavrões

O encontro foi bem diferente da reunião ministerial em 22 de abril divulgada pelo STF
JC
Publicado em 09/06/2020 às 16:00
A reunião desta terça teve a pandemia do novo coronavírus como foco e pôde ser acompanhada pelas redes sociais e pela TV Brasil. Foto: Wilson Dias/Agência Brasil


Nesta terça-feira (9), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) compartilhou, ao vivo, a agenda com o alto escalão do governo. O encontro durou duas horas e meia e foi bem diferente do que se foi visto no vídeo da reunião ministerial divulgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), na qual o presidente e seus ministros usam de palavrões e ameças para discutir temas importantes do governo. 

A reunião desta terça teve a pandemia do novo coronavírus como foco e pôde ser acompanhada pelas redes sociais e pela TV Brasil. Na abertura, Bolsonaro disse que o governo "daria uma demonstração do que é uma reunião ministerial". Após a repercussão do vídeo de 22 de abril, o presidente disse que não faria mais reuniões ministeriais. 

O encontro aconteceu no Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente. Antes de começar, Bolsonaro levou os ministros para acompanhar o hasteamento da bandeira. Durante a reunião,Bolsonaro apresentou críticas a Organização Mundial de Saúde. O chefe do Executivo tirou de contexto o alerta da entidade sobre assintomáticos do novo coronavírus.

Ações para a pandemia 

Participaram do chamado conselho de governo ministros e chefes de autarquias e bancos. Os ministros e o vice-presidente apresentaram ações que desenvolveram durante a pandemia. Paulo Guedes (Economia) defendeu um programa de renda mínima permanente para a pós-pandemia. Na mesma linha de Bolsonaro, o ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, pediu investigação sobre a atuação da OMS durante a pandemia.

Já o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) aproveitou para falar que o desmatamento na Amazônia caiu ao mínimo histórico, em maio.

Reunião Ministerial 

Em 22 de abril, Bolsonaro exclamou várias palavras de baixo calão e xingou veículos de impresa —além disso, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, chamou os ministros da Corte de "vagabundos". "Eu, por mim, botava esses vagabundos todos na cadeia, começando no STF." A reunião, tornada pública no final de maio, foi apontada por Sergio Moro como uma das provas de que Bolsonaro queria interferir politicamente no comando da Polícia Federal. 

TAGS
Jair Bolsonaro Governo Federal Política
Veja também
últimas
Mais Lidas
Webstory