Alexandre de Moraes lê ameaças às famílias de ministros do STF para justificar voto pela legalidade do inquérito de fake news

O ministro do STF justificou o voto pela continuidade e legalidade do inquérito das fake news com fortes ameaças sofridas pelos ministros do STF e a familiares
Alice Albuquerque
Publicado em 17/06/2020 às 14:16
Decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes é deste domingo (5) Foto: Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado


O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e relator do inquérito das fake news, Alexandre de Moraes, ao votar a favor da continuidade e legalidade da investigação, nesta quarta-feira (17), justificou a escolha com frases de ameaças que os ministros do STF sofrem. "Para que se pare de uma vez por todas de se fazer confusão, de críticas, por mais ácidas que sejam, que devem existir e continuar, com agressões, ameaças e coações", pediu.

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Até a publicação desta matéria, o julgamento tinha conseguiu três votos a favor (Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso e Edson Fachin) da continuidade do inquérito das fake news, que apura a disseminação de notícias falsas e ameaças a integrantes da corte.

O ministro começou lendo a primeira frase de uma das várias ameaças que eles recebem. "'Que estuprem e matem as filhas dos ordinários ministros do Supremo Tribunal Federal'", leu.

"Em nenhum lugar do mundo isso é liberdade de expressão. Isso é bandidagem, é criminalidade " - Ministro Alexandre de Moraes

 "A postagem foi realizada por uma advogada do Rio Grande do Sul incitando o estupro, violência sexual contra filha de ministros do STF", relatou.

Os ataques citados na segunda frase são diretamente para os ministros, sem envolver familiares. "'Quanto custa atirar a queima roupa nas costas de cada ministro filho da p*** do STF que queira acabar com a prisão de segunda instância? Se acabarem com a prisão de segunda instância, só nos resta jogar combustível e tocar fogo no plenário do STF com os ministros barbies dentro'. Aonde está aqui a liberdade de expressão?", questionou.

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Ele também mencionou ataques cibernéticos nos e-mails institucionais de alguns ministros com ameaças a membros da corte e seus familiares. Um dos grupos que fizeram o ataque foi identificado na Deep Web ligado a outros grupos terroristas no mundo. "'Já temos em poder armar e munição de grosso calibre. Esconda seus filhos e parentes bem escondido na Europa, porque, aqui, você não vai ter onde se esconder. O inferno e a revolta vai cair sob sua cabeça. Faremos um tribunal em praça pública com direito a fuzilamento de todos os parasitas e vagabundos estatais'".

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O ministro contou que foram gravadas imagens pela câmara de segurança do condomínio de um dos ministros "artefatos explosivos jogado na calçada da frente da casa do ministro do STF". "Ameaças seríssimas encaminhadas pelo Ministério Público de São Paulo, o canal Cyber Gaeco estava fazendo uma infiltração na DarkWeb e encontraram detalhado um plano de atentado contra um dos ministros do STF".

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