O deputado estadual Lucas Ramos (PSB), então pré-candidato a prefeitura de Petrolina, no Sertão do Estado, aceitou o convite feito pelo governador Paulo Câmara (PSB) e irá assumir o comando da Secretaria de Ciência e Tecnologia - desta forma, o atual secretário Aluísio Lessa, retornará à Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). A nomeação está prevista para ocorrer na próxima semana. Com a saída do parlamentar do pleito, o PSB irá intensificar o diálogo com os partidos de oposição ao prefeito Miguel Coelho (MDB), para definir qual projeto irá apoiar.
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De acordo com Lucas Ramos, os socialistas apresentam candidatos majoritários desde o ano 2000, no entanto, com a reeleição do governador Paulo Câmara, em 2018, e detendo uma base eleitoral de 70 prefeitos na legenda, não seria viável abrir mão de um nome para 2020. “Isso nunca foi impeditivo para sentarmos com Julio Lóssio (PSD), com o vereador Gabriel Menezes (PSL), o cenário em Petrolina não é de uma candidatura única de oposição”, comentou Ramos em entrevista ao JC.
Mesmo que o ex-prefeito Julio Lossio tenha sido ferrenho opositor aos socialistas durante seus dois mandatos (2008-2012/ 2012-2016), Lucas Ramos explica que mantém um bom diálogo com o gestor. “Nós temos uma relação muito próxima, desde o resultado de 2018. Nestas eleições, em que não teremos campanha de rua em virtude da pandemia, do ponto de vista de experiência, a sua candidatura é interessante, por ter conhecimento”, declarou. “Do ponto de vista político, na hora em que Fernando Bezerra Coelho rompe com o governador, a chegada de Lossio a essa base é um fator interesse e que fortalece”, complementou.
Para Julio Lossio, sua militância em oposição ao PSB se deu porque este era o partido dos seus adversários políticos no município, cujo grupo é capitaneado pelo senador Fernando Bezerra Coelho, que hoje é filiado ao MDB. “Sempre tive um diálogo muito bom com Lucas. Quando ele foi candidato a deputado estadual, pela primeira vez, parte do nosso governo, votaram nele. E nós vamos aguardar as movimentações e as decisões de Lucas, sobre os caminhos que irá seguir na sucessão de Petrolina”, declarou Lossio.
O presidente estadual do PSD, André de Paula, elogiou a indicação do deputado Lucas Ramos para a pasta de tecnologia, mas deixou claro que quaisquer decisão a ser tomada em relação a conjuntura politica em Petrolina, será de Lóssio.“Acho que o governador fez uma grande escolha. Essa foi a pasta que Eduardo Campos deu um passo muito importante. Lucas tem competência e é um político de muito futuro. Mas, essa construção sobre apoios passa pelo nosso candidato. Petrolina é muito importante”
Questionado se esse apoio teria implicações com a disputa na capital, com o PSD permanecendo na Frente Popular, André de Paula esclarece que são cenários diferentes. “Todas as vezes que se costura com facilidade, politicamente, alguma coisa no estado, isso se reflete positivamente na relação e aproximação. Mas, Recife é uma coisa e Petrolina é outra. Nós temos a clareza que a eleição municipal deve ser resolvidas no âmbito dos município e o presidente tem um papel moderado nestas questões”, afirmou.
Aliado antigo
Outro palanque de oposição que poderia contar com o apoio do futuro secretário de Tecnologia e Ciência, Lucas Ramos, seria o do ex-presidente do Instituto Agrônomo de Pernambuco (IPA), Odacy Amorim (PT). No entanto, o desenho da corrida municipal do Recife poderá respingar em Petrolina.
Com a permanência do nome da deputada federal Marília Arraes (PT) na disputa pela prefeitura do Recife, o PSB - que tem o deputado federal João Campos como o sucessor do prefeito Geraldo Julio - não se vê obrigado a apoiar a candidatura do petista. “Não há uma definição ainda. Nós vamos debater estas questões mais adiante, para então discutir uma composição”, declarou Lucas Ramos.
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Por outro lado, Odacy Amorim espera uma sinalização positiva do governador Paulo Câmara e dos socialistas, quanto a esta questão. “Tive um desarranjo na minha caminha política quando era do partido, mas não ficou nenhum tipo de ressentimento. Nós atuamos no mesmo campo político, fui presidente do IPA, na gestão de Paulo Câmara, até o início de junho” afirmou Amorim, se referindo ao fato de o PSB não ter dado espaço para sua candidatura a prefeito para as eleições de 2012, fazendo-o migrar para o PT.
E ainda crava: “Se não receber o apoio do PSB agora, não sei mais quando receberei, mas tenho a convicção de que cumpri meu papel”, afirma Odacy Amorim, sem descartar a possibilidade de rever seu posicionamento em um novo cenário. O ex-presidente do IPA é favorável a manutenção do PT na Frente Popular.
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