Eleições 2020

'Não dá para revitalizar o Centro sem trazer pessoas para morarem nele', diz Marília Arraes em sabatina da Rádio Jornal

Proposta da candidata a prefeita do Recife Marília Arraes (PT) é fazer um programa de arrendamento para pessoas comprarem imóveis reformados do centro do Recife à custo baixo

Luisa Farias
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Luisa Farias
Publicado em 05/10/2020 às 13:55 | Atualizado em 05/10/2020 às 18:24
RICARDO LABASTIER/DIVULGAÇÃO
Não é a solução armar a guarda. É um processo que tem que ser debatido, não tem que chegar e dizer 'quem quer armar a guarda é Bolsonaro, quem não quer é de esquerda'", disse Marília Arraes (PT) - FOTO: RICARDO LABASTIER/DIVULGAÇÃO

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Eleições 2020 - JC

Durante a sua participação na sabatina da Rádio Jornal na manhã desta segunda-feira (5), a candidata Marília Arraes (PT) propôs a revitalização do centro do Recife a partir da ocupação de prédios abandonados no Bairro de Santo Antônio para a moradia. A petista foi a última entre os 11 postulantes à Prefeitura do Recife a partir da série de sabatinas promovida pela Rádio Jornal desde a última segunda-feira (28).

"Todas as conversas que a gente teve com especialistas mostram que não dá para revitalizar o centro sem trazer pessoas para morarem no centro. Não dá para você chegar e fazer um polo de entretenimento, um polo de investimento em questões digitais como é hoje o Porto Digital sem trazer gente para morar no centro, que viva ali o centro para a gente trazer padaria, farmácia, tudo aquilo que faz parte da vida cotidiana", afirmou a candidata na sabatina. 

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Segundo a candidata, são cerca de 40 unidades com débito de Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (PTU) superior ao valor do imóvel. "No mundo inteiro no centro se revitaliza a parte interna e externa pessoas moram em prédios antigos. É possível fazer isso via PPP, inclusive esses prédios estão com valor de débito de IPTU maior que o valor venal", explicou. 

Ela propôs um arrendamento familiar em benefício de servidores que trabalham no centro - neste caso as parcelas seriam descontadas no contracheque - trabalhadores da iniciativa privada que trabalham no centro ou pessoas que tenham interesse em morar na região. 

As mudanças, conforme a proposta da petista, também passam pelas linhas de ônibus do centro do Recife. “É essencial trazer pessoas para morarem no centro, tornar o centro um local atrativo as pessoas. Rediscutir com um consórcio grande Recife por onde passam essas linhas de ônibus também, porque não dá para morar em lugar onde passam quase 80 linhas de ônibus todos os dias”, completou a candidata.

 

Saúde e segurança

Apesar dos candidatos do Recife terem pautado a maioria das discussões sobre temas como o armamento da guarda e retirada da capital pernambucana do Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano, a Pesquisa Ibope/JC/Rede Globo, divulgada na última sexta-feira (5) mostrou que o recifense está na verdade mais interessado em saúde (52%), segurança pública (40%) e educação (30%).

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Sobre a área da saúde, Marília criticou o que considera ser um investimento baixo na atenção básica, de responsabilidade do município. “O prefeito investe menos da metade do orçamento nisso, 46% do orçamento da saúde é investido na atenção básica, e não faz seu dever de casa. Nos últimos oito anos, não aumentou nenhuma equipe de saúde da família sequer, pelo contrário, se diminuíram duas equipes de saúde da família e várias delas, e cerca de 10% está sem médico, fora as outras que faltam outros profissionais”, disse.

Uma das propostas apresentadas pela candidata na saúde é a construção de três centros de medicina diagnóstica, nas Zona Sul, Norte e Oeste/Noroeste, “para que as pessoas tenham acesso à exame de imagem e de sangue e façam todos em um só lugar para terem seu resultado à tempo da consulta com o médico da família”, além da implementação da telemedicina para pacientes e também entre médicos de saúde da família e médicos especializados. .

Outra proposta é a distribuição de medicamentos pela gestão municipal nas farmácias do subúrbio. “Nós vamos abrir um processo licitatório para que as farmácias se credenciem e as pessoas saiam do posto de saúde com uma receita já no sistema e possam retirar os medicamentos na farmácia de bairro. Algumas cidades de São Paulo, Guarulhos por exemplo, Barueri, já implantaram esse sistema. Barateou em mais de 50% o custo que a prefeitura dispensa com medicamentos e ainda por cima fomenta o comércio de bairro”, propôs a candidata.

No quesito segurança, a petista voltou a criticar a polarização feita ao se discutir o armamento ou não da guarda municipal. Candidatos da direita vem defendendo o porte de armas para a categoria, a exemplo de Patrícia Domingos (Podemos), Coronel Feitosa (PSC), Marco Aurélio Meu Amigo (PRTB) e Mendonça Filho (DEM)

“Não é a solução armar a guarda. É um processo que tem que ser debatido, não tem que chegar e dizer “quem quer desarmar a guarda é Bolsonaro, quem não quer é de esquerda”. Quem desarmou a guarda foi Geraldo Julio, a guarda tinha setores que eram armados antigamente e eu não vejo problema da gente debater isso, com a qualificação permanente, com a valorização da guarda”, afirmou.

De acordo com Marília, é preciso fortalecer o serviço de inteligência e de auxílio à segurança oferecido pela guarda municipal recifense. “Tem que haver um papel da prefeitura de intermédio da secretaria de segurança, aliás, de Defesa Social, com a comunidade, envolver a comunidade. Condomínios, comércio, colocar as câmeras desses estabelecimentos à serviço também da prevenção, da segurança”, completou.

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Eleições 2020 - FOTO:JC

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