Uma semana após o início oficial da corrida eleitoral, autorizada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no dia 27 de setembro, os candidatos a prefeito começaram a registrar os recursos financeiros de suas campanhas. No pleito majoritário do Recife, segundo a plataforma DivulgaCand, o candidato a prefeito João Campos (PSB) é o que mais recebeu recursos financeiros até o momento, com R$5,25 milhões de reais.
>> Resultado da pesquisa Ibope/JC/Rede Globo pode mudar rumos da campanha pela Prefeitura do Recife
>>''Nome mais competitivo da oposição no Recife", diz Armando Monteiro sobre o desempenho de Mendonça Filho na pesquisa Ibope/JC/Rede Globo
O dinheiro foi repassado pelo Diretório Nacional do PSB, que em junho havia aprovado resoluções que tratavam da gestão do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) - o partido possui mais de R$ 109,5 milhões de reais. Sobre a divisão do fundo eleitoral, o Partido Socialista Brasileiro determinou que 30% seriam destinados exclusivamente às candidatas mulheres do partido ou da coligação; 60% seriam para as campanhas de prefeito, vice-prefeito e vereadores; e 10% foram contingenciados para serem utilizados no segundo turno das eleições majoritárias.
Com os R$ 5,25 milhões de reais, João Campos chega quase ao teto do valor que pode ser gastado no primeiro turno, que é de R$ 7,52 milhões de reais. Em seguida, o candidato a prefeito pelo DEM, o ex-ministro da Educação Mendonça Filho, aparece em segundo lugar entre os postulantes que receberam a maior doação para este início de campanha.
Mendonça registrou R$1.457.662,50 do total de recursos - o Democratas é o sétimo partido (a nível nacional) a deter um dos maiores volumes de recursos FEFC, o que significa o valor de mais de R$ 120,8 milhões. No Divulgacand consta que a maior parte das doações recebidas para a campanha do ex-governador de Pernambuco, são da direção nacional da legenda: R$ 1,3 milhão de reais. Já o diretório municipal do Democratas destinou R$ 77.662,50, enquanto as doações de pessoas físicas somam R$ 80 mil reais.
A candidata a prefeita pelo PT, Marília Arraes também já registrou os recursos recebidos para a sua campanha neste primeiro momento. A petista recebeu da Direção Nacional do PT, a doação de R$ 450 mil reais. Enquanto a soma das doações físicas representam R$ 350 reais. Vale lembrar que o Partido dos Trabalhadores é a sigla com o maior volume de recursos do FEFC para as eleições de 2020, com mais de R$ 200 milhões de reais para financiar as campanhas de seus candidatos em todo o país.
Os candidatos Carlos Andrade Lima (PSL), Claúdia Ribeiro (PSTU), Coronel Alberto Feitosa (PSC), Delegada Patrícia Domingos (Podemos), Thiago Santos (UP) e Victor Assis (PCO), ainda não registraram, segundo informações disponibilizadas até esta segunda-feira (5), as doações destinadas ao financiamento de suas campanhas.
ABRIRAM MÃO
O partido Novo e o Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB), comunicaram à Justiça Eleitoral, sua decisão de abrir mão dos recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC).
O candidato a prefeito do Recife, Charbel (Novo), declarou até o momento ter recebido R$ 12.190,00 reais para sua campanha. Deste total, R$ 6,7 mil são de pessoas físicas, R$ 3 mil oriundos de recursos próprios e R$ 2.490 mil de financiamento coletivo de campanha.
Já o candidato pelo PRTB, o deputado estadual Marco Aurélio Meu Amigo, registrou até o momento R$ 4 mil reais de recursos próprios para financiar sua campanha majoritária.
ESPAÇO PARA CAMPANHAS MILIONÁRIAS
Com a pandemia do novo coronavírus (covid-19), havia uma expectativa de que as tradicionais campanhas de ruas não fossem ser aderidas pelos candidatos. Chegada a eleição, as agendas dos prefeituráveis estão repletas de compromissos pelas ruas e comunidades da cidade, ainda que com menor intensidade. Para auxiliá-los, a exemplo das eleições gerais de 2018, o uso das redes sociais tem sido potencializado. O fato é que tudo isso gera custo e os números milionários para financiar as campanhas já começam a ser registrados.
Para a cientista política e professora da Faculdade de Ciência Humanas de Olinda (Facho), o que de fato mudou neste ano, é a vigilância da população sobre a utilização dos recursos para estas campanhas. Mais do que dinheiro, segundo a docente avalia, é preciso que os candidatos façam o uso inteligente desse dinheiro.
“Obviamente existe todo uma agenda de combate as campanhas milionárias, as pessoas e os órgãos de controle estão mais vigilantes sobre a prestação de contas dos recursos dos candidatos. Há um endurecimento da legislação e o aperfeiçoamento desses mecanismos de controle.”, declara Priscila.
“A questão dos recursos da campanha, acabou se criando uma discussão, ao considerar o cenário de 2018, que foi muito disruptivo nesse sentido, que o candidato que não tinha muitos recursos, aqueles que são considerados recursos clássicos de campanha, sejam eles financeiros ou não, ele acabou vencendo a eleição”, afirma a docente, lembrando da eleição do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
No entanto, a especialista explica que a conjuntura de 2020 é diferente e os candidatos que não são conhecidos tem a missão de chamarem a atenção do eleitor. “Isso requer investimentos não só nas redes sociais, fazendo um trabalho profissional. Nas campanhas de rua, que inicialmente não emplacariam em 2020, elas estão aí com bandeiras e adesivos, tudo isso tem um custo”, destaca.
Comentários