O candidato a prefeito do Recife, João Campos (PSB), participou na noite desta terça-feira (6), da sabatina promovida pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Pernambuco (Fecomércio-PE). No 1º Debate com Prefeituráveis do Recife, o socialista respondeu a questões sobre empregabilidade e geração de renda, habitação e o impulsionamento do turismo.
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Na conversa que contou com a participação do presidente do Sistema Fecomércio/Sesc/Senac PE, Bernardo Peixoto e o presidente do Movimento Pró-Pernambuco (MPP), Avelar Loureiro Filho - mediada pela jornalista Patrícia Raposo da CBN Recife - João Campos reforçou algumas propostas já divulgadas para a geração de emprego no Recife e a qualificação profissional dos jovens da cidade.
“Anunciamos recentemente a proposta de criar o maior programa de microcrédito popular que a cidade já viu. São R$ 3 mil reais para uma pessoa poder empreender, com quatro meses de carência, 12 meses para poder pagar a uma taxa de 0.99% e a prefeitura pagando a última parcela. Com isso, a gente vai poder possibilitar que as pessoas construam tanto o seu negócio e possam ser ajudadas diante disso, puxando para o fortalecimento da formalidade”, explicou Campos.
#DebateFecomércioPE "O @SistemaCNC é referência no ensino técnico e precisamos incentivar isso, para garantir qualificação de nossos jovens e profissionais e impulsionar o emprego e renda no Recife" @SenacPE @FecomercioPE
— João Campos (@JoaoCampos) October 6, 2020
Sobre a qualificação profissional, o candidato a prefeito pelo PSB destacou que é preciso que haja uma parceria entre o poder público, a iniciativa privada e as instituições de ensino. “Nós queremos um novo modelo de formação técnica no nosso país. O Brasil só forma 8% dos seus jovens no ensino técnico e Médio, concomitantemente. Nós precisamos impulsionar isso e fortalecer”, declarou João Campos, assumindo o compromisso de que, se for eleito, criará 500 vagas profissionalizantes, caso seja eleito, no início de 2021.
O tema de habitação e ocupação do centro do Recife, foi bastante explorado pelos entrevistadores da sabatina. O presidente do MPP, Avelar Loureiro Filho, elencou algumas dificuldades que o setor da construção civil e empreendedores encontram no Recife e acabam resultando na falta de investimentos em áreas mais centrais. “O Plano Diretor diz uma coisa, mas o Iphan diz que não pode ser feito dessa forma, e ficamos em um jogo de soma zero, definhando o centro do Recife”, disparou.
Avelar ressalta que se a última versão do Plano Diretor do Recife, for votado da forma como está na Câmara dos Vereadores, levará a uma “paralisia” da atividade econômica. ”Hoje se constrói na Região Metropolitana, mas em Recife praticamente não se constrói”, complementou. Sobre a questão, Campos defendeu que o plano foi amplamente debatido e que agora está nas mãos do parlamento e, aproveitou a ocasião para lançar um novo projeto voltado para a temática de desenvolvido nesta região.
“Estamos anunciando em primeira mão, o lançamento do Projeto Antônio Vaz, onde vamos focar pro bairro do Recife e também para Ilha de Antônio Vaz (Santo Antônio, São José, Cabanga e Ilha Joana Bezerra) fazendo uma proteção por completo. Esse desafio será integral, vamos poder discutir a nova Dantas Barretos, assim como foi feito na Conde da Boa Vista. Podemos fazer essas intervenções urbanas começando pela Avenida Guararapes, pela Dantas Barreto, podendo construir um modelo de priorização”, afirmou.
Outro projeto complementar é o Escritório de Otimização, para licenças e autorizações e na instituição de um conselho consultivo com órgãos como Ademi, Fecomércio, CDL, universidades, entre outros. “É preciso que a gente bote um cuidado de zeladoria urbana específica, segurança, proteção do comércio, escritório específico que foque no centro da cidade do Recife”, complementou.
No entanto, Avelar afirma que há 20 anos esses consensos para a região estão sendo debatidas na capital pernambucana, mas que o setor construtivo nem sequer foi ouvido para debater o assunto. Em resposta, João Campos afirmou que só poderia comentar a respeito do que poderá ser feito nos próximos anos.
“A gente precisa de um bom ambiente de negócios e de uma cidade que cresça para produzir a proteção social, produzir aquilo que acredito. Não tem como expandir um número de creches em 30% ou 40%, se a gente não tem um crescimento da cidade. A gente tem que discutir a solução em todas as partes. Quando falei do projeto não foi referindo a algum que existe ou não, nós vamos criar centro específico de gestão sem aumentar despesa, mas criando um status decisório para a região”, pontuou o candidato.
INFORMALIDADE
O presidente do Sistema Fecomércio/Sesc/Senac PE, Bernardo Peixoto, questionou quais projetos João Campos possui para atuar na área do comércio informal, que tem crescido no Recife com o aumento no numero de desempregados, nesse período da pandemia do novo coronavírus (covid-19).
"O desafio da informalidade está no Brasil inteiro. A gente tem um estado brasileiro que não é acolhedor, para a formalização. E numa curva, que tem um grande número de desempregos no Brasil diante da pandemia", declarou Campos. "A gente entende que temos que tornar o ambiente público atrativo para você ser formal. A prefeitura tem que desburocratizar processos, tem que fazer uma política municipal de integração e digitalização dos serviços", pontuou.
TURISMO
O impulsionamento do turismo na cidade do Recife também foi um dos pontos questionados durante o 1º Debate de Prefeituráveis do Recife, pela Fecomércio. O presidente Bernado Peixoto afirmou que a capital acaba perdendo os turistas para outros municípios do Litoral pernambucano. Ele também cita a necessidade de modernização do Centro de Convenções.
Para o socialista, o Recife vem perdendo ao longo do tempo a vocação do turismo de lazer para o turismo de negócios, mas reconhece que tem perdido esse espaços devido ao trade que Porto de Galinhas, por exemplo, possui atualmente. “O turismo de negócios ele tende a ter uma retomada mais demorada que o turismo de lazer e Recife precisa impulsionar e avançar isso. Devemos tentar compartilhar que quem vem para cá passar 7 dias em Porto de Galinhas, possa passar dois dias aqui no Recife”, afirmou.
Ele defende que a Prefeitura do Recife possa fazer intervenções mais “ousadas” na orla de Boa Viagem, além da requalificação do espaço, apesar de não detalhar como seria esse salto de atratividade. Com relação ao Centro de Convenções, João Campos concordou que o espaço deve ser modernizado em relação a outros equipamentos de estados vizinhos a Pernambuco. “Sou otimista em fazer um Centro de Convenções de médio porte no centro do Recife, próximo ao Hotel Marina, já tem esse projeto mas, que pode ser maior que o projeto inicial. Então, Recife vai ter esse desafio de não aceitar a perda de espaço para Porto de Galinhas apenas”, ressaltou.
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