O crescimento da candidata a prefeita do Recife pelo PT, a deputada federal Marília Arraes, nesta quarta rodada da pesquisa Ibope/JC/Rede Globo, na qual ela passou de 18% das menções para 21%, foi visto como um resultado esperado entre os petistas. Mesmo diante de um empate técnico, considerando a margem de erro de três pontos percentuais, para mais ou para menos, com o candidato a prefeito Mendonça Filho (DEM), que saiu de 13% para 17%, a expectativa é de que Marília possa alavancar ainda mais suas intenções de voto nesta reta final do pleito.
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Comparativamente ao levantamento anterior, Marília Arraes amplia suas respostas entre os seguintes estratos de eleitores: outra religiões (que não a católica e evangélica), ela vai de 20% para 29%. Entre os entrevistados que avaliam negativamente a gestão do prefeito Geraldo Julio (PSB), a candidata passou de 15% para 25% das menções. Já na faixa etária de 16 a 24 anos, o crescimento da petista foi de 16% para 25%.
Procurada pela reportagem, a assessoria de campanha de Marília afirmou que ela não comentaria a pesquisa. Mas, em suas redes sociais, a petista fez uma publicação afirmando que “a virada começou”, utilizando o resultado dos votos válidos.“Somos a única candidatura que só cresce no Recife. Saímos de 17% para 24% dos votos válidos e já estamos no segundo turno. Agora é ir pra rua, conquistar mais e mais votos e fazer a vitória mais linda que essa cidade já viu”, escreveu.
“A tendência é de crescimento, mais do que os outros, inclusive que o próprio João Campos. Acho que ele atingiu um teto e patina ali entre 30% e 33%. Se analisarmos o segundo turno, mesmo colocado como potencial vencedor, ele não tem uma vitória segura e a capacidade de crescimento é pequena”, avaliou a deputada estadual Teresa Leitão (PT).
A candidata Marília Arraes, dentro de um cenário em que leva a disputa para o segundo turno, perde apenas para o candidato da Frente Popular, o deputado federal João Campos (PSB). A parlamentar alcança 34% dos votos, enquanto o socialista saí vitorioso com 42%. Na rodada anterior da pesquisa, a petista possuía os mesmos 34% contra 41% de Campos.
Na disputa com o ex-ministro da Educação, o candidato Mendonça Filho (DEM), a petista vence com 41% das intenções de voto contra 39%. Já no cenário com a Delegada Patrícia, do Podemos, Marília com uma diferente de 48% contra 29%, a mais acentuada entre os adversários.
A quarta rodada da pesquisa Ibope/JC/Rede Globo foi realizada entre os dias 7 e 9 de novembro. Foram entrevistados presencialmente 1001 votantes do Recife. A margem de erro máxima estimada é de três pontos percentuais para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%. A pesquisa está registrada no Tribunal Regional Eleitoral com o número PE07456/2020. O levantamento foi encomendado pelo Jornal do Commercio e Rede Globo.
RITMO INTENSO
Mesmo diante da decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PE), que suspendeu a realização de comícios e atos presenciais de campanha para promover um maior controle do distanciamento social e coibir aglomerações, o ritmo de campanha da petista continuará intenso principalmente nas redes sociais. Marília tem seguido as determinações do tribunal, fazendo visitas porta a porta nas comunidades.
“Havia uma caminhada das mulheres naquele dia, e essa decisão de suspender tudo foi imediata, diferente de algumas decisões judiciais. A gente iria fazer um grande evento com a vinda presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, mas suspendemos para cumprir com as determinações”, explicou a petista.
O tom adotado por Marília Arraes durante sua campanha também sido considerado acertado dentro do partido. A fase em que foi acusada de ter escondido o PT e evitar a associação ao ex-presidente Lula, foi superada, afirmou Teresa Leitão. “Não dá para esconder o PT, o número identificado com o partido é o 13. A relação do número com o candidato é de muita identificação. Isso é coisa antiga, mas cabe aos adversários tentar afrontar e buscar falhas”, disparou.
“Não vamos fazer como João Campos, que fica escondendo Geraldo Julio (PSB), nem parece que ele é um candidato da situação, mas ele é”, complementa a petista. A rejeição de Marília Arraes é outro indicativo trabalhado na campanha para que continue “estabilizado”, segundo aponta Teresa Leitão. Na pesquisa divulgada no dia 29 de outubro, a petista aparece com o índice de 21% de rejeição, e agora, passa para 23%.
“A Delegada Patrícia tem uma rejeição imensa (40%), quanto mais conhecida, mais ela é rejeitada. Isso veio com o conhecimento e a posição dela em relação a própria negação da política. Como alguém que quer ser prefeita e nega a política, quer ser prefeita e apresenta algemas. A rejeição de João Campos também se mantém alta e a de Marília está estabilizada, nosso objetivo é trabalhar isso, vemos que o antipetismo não pegou nela”, afirmou.
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