As eleições municipais serão definidas no segundo turno em apenas duas cidades de Pernambuco: a capital Recife e Paulista, ambas na Região Metropolitana. Em 177 municípios as eleições foram definidas no primeiro turno, praticamente definindo o mapa de forças dos partidos políticos em Pernambuco. Ainda restam cinco cidades que estão com resultado sub judice. Mais uma vez, o Partido Socialista Brasileiro (PSB) é dominante, elegendo 52 prefeitos em 2020, segundo dados do portal UOL.
>> Segundo turno no Recife será disputa entre Eduardismo e Lulismo, apontam analistas políticos
Os números do PSB ainda podem aumentar, já que tem candidatos disputando o segundo turno - João Campos no Recife, que enfrenta Marília Arraes (PT); e Francisco Padilha em Paulista, que disputa o segundo turno contra Yves Ribeiro (MDB).
>> Mendonça Filho diz que não irá apoiar nem o PT nem o PSB no segundo turno para prefeito no Recife
>> ''PT e PSB não terão meu apoio nem hoje e nem nunca'', garante Delegada Patrícia
Enquanto isso, o Progressistas (PP) e o Republicanos foram os partidos que mais cresceram em números de prefeitos eleitos no Estado. Em 2016, o PP tinha quatro prefeituras, e nesta eleição elegeu mais 12, chegando ao total de 16. O Republicanos não tinha prefeito algum em Pernambuco em 2016. Neste ano, a sigla fez 12 novos prefeitos. Em terceiro lugar, o partido que mais evoluiu na quantidade de prefeitos no Estado foi o Avante, com dez prefeituras conquistadas.
O crescimento do PP e do Republicanos é uma tendência nacional, segundo o cientista político Vitor Sandes. "Isso se deve realmente a uma estratégia do PP, liderado pelo Ciro Nogueira [Senador pelo Piauí]. [...] Existe um movimento nacional de fortalecimento do centrão, esses partidos têm trânsito muito grande no governo federal e faz que, de fato, consigam se instrumentalizar enquanto partidos", disse.
>> Eleições 2020: guia de rádio e TV para o segundo turno retorna na sexta-feira (20)
Apesar de ser o partido que comanda mais cidades em Pernambuco, o PSB viu seu domínio diminuir nas eleições municipais de 2020. Em 2016, tinha 68 prefeituras e desta vez perdeu 16, chegando a 52.
Quanto ao domínio e, ao mesmo tempo, queda do PSB, Sandes explica que se trata de um problema enfrentado por toda a esquerda, também relacionado ao crescimento do centrão. "O PSB é um partido muito dependente do governo estadual. Tem baste muito grande em Pernambuco, é histórico, vem muito da herança de Miguel Arraes como liderança histórica da esquerda, e o partido vem se fortalecendo ao longo dos anos no Nordeste. Ao mesmo tempo, tem o enfraquecimento da esquerda e fortalecimento do centrão. Nessa dinâmica se mostra um obstáculo a mais para o PSB, ainda mais porque tivemos, no caso do Recife, duas candidaturas muito fortes no campo da esquerda, que é o caso dos primos João Campos (PSB) e Marília Arraes (PT). Isso também mostra como a herança de Arraes no campo da esquerda em Pernambuco continua forte. Mas é importante destacar que houve crescimento do centrão, que é mais à direita no Brasil, particularmente no Nordeste, e isso acaba representando um desafio a mais para um partido como o PSB, que não é tão forte nacionalmente, mas tem bases regionais, sendo uma delas Pernambuco", explicou.
O PT tinha sete, perdeu duas e tem cinco no momento, mas pode chegar a seis, caso Marília Arraes vença o segundo turno contra João Campos, no Recife.
Comentários