ELEIÇÕES 2020

Última semana de campanha dos candidatos a prefeito do Recife promete ser frenética

Marília Arraes (PT) e João Campos (PSB) tentam conquistar os últimos eleitores antes do dia da votação, no próximo domingo (29).

JC
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Publicado em 22/11/2020 às 22:33 | Atualizado em 22/11/2020 às 22:36
FOTOS: ARNALDO CARVALHO/JC IMAGEM
A propaganda eleitoral vai até o dia 27 de novembro - FOTO: FOTOS: ARNALDO CARVALHO/JC IMAGEM

Guia, inserções, campanhas na rua e dois debates, sendo o primeiro deles nesta terça-feira (24), na TV Jornal. A última semana de campanha dos candidatos a prefeito do Recife promete ser frenética. Marília Arraes (PT) e João Campos (PSB) tentam conquistar os últimos eleitores antes do dia da votação, domingo que vem, dia 29. Na véspera, o JC divulga o último levantamento Ibope de intenções de votos para o cargo. No primeiro deles, quarta-feira passada, a petista apareceu com 45%, contra 39% do socialista. Como a margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para a menos, os dois podem estar empatados no limite da margem de erro.

Neste final de semana, João teve a sua campanha reforçada pelo vice-presidente do PDT, o presidenciável Ciro Gomes, e pelo governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB). Ciro veio pessoalmente ao Recife ao lado do presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, e gravou para o seu guia eleitoral. Já Dino gravou vídeo de apoio publicado nas redes sociais de João.

Ciro e Lupi desembarcaram no Recife na manhã deste domingo (22) para participar de uma série de agendas. A primeira delas foi uma carreata pelo Brejo da Guabiraba, Nova Descoberta, Alto José Bonifácio e Alto Santa Terezinha, na Zona Norte da capital pernambucana. Eles estiveram ao lado do socialista e da candidata a vice-prefeita e correligionária de Ciro e Lupi, Isabella de Roldão (PDT).



João postou um vídeo nas suas redes sociais anunciando a chegada de Ciro, que fez uma declaração na mesma linha do que foi dito por ele no guia eleitoral de João, exibido no último sábado (21), onde classificou o Recife como a "capital política" do Nordeste: "40 por Recife, por Pernambuco e pelo Brasil. Olha lá, Recife. Vocês são a capital do Nordeste", afirmou Ciro.

O candidato também mostra a presença de Carlos Lupi, que lembra do legado do pai de João, Eduardo Campos, ex-governador do Estado e que morreu em 2014 durante sua campanha para a Presidência da República, em acidente aéreo. "Estamos juntos. (Vamos) Trazer a sua vitória, que é honrar Eduardo Campos com João Campos prefeito de Recife", pontuou o presidente do PDT.

Após a carreata, os dirigentes pedetistas seguiram para um almoço com o governador, Paulo Câmara (PSB), o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), além de João e Isabella. Depois fizeram gravação para o guia eleitoral com os candidatos.

Ao final da tarde, eles participaram de um ato com a militância da Frente Popular no comitê do vereador reeleito Rodrigo Coutinho (SD), na Zona Sul, acompanhados pelo presidente estadual do PDT e deputado federal Wolney Queiroz. "O Brasil inteiro está olhando para o Recife, e nós brasileiros precisamos muito que vocês ajudem. Não só a escolher um grande prefeito, mas ajudem a gente a colocar um ponto final na radicalização política, no ódio, na falta de respeito à moral popular", afirmou Ciro em discurso.

Ciro rejeitou a "desavença política" neste segundo turno da eleição do Recife, disputado entre João Campos e Marília Arraes (PT). Os dois têm subido o tom durante a campanha, especialmente nos debates que ocorreram na Rádio Jornal e na TV Clube. De um lado, João Campos explora o antipetismo com duras críticas ao PT e acusa Marília de falta de produtividade nos seus mandatos de vereadora e deputada federal, e do outro Marília Arraes diz que João é inexperiente e representa a gestão do PSB no Recife, segundo ela, ineficaz. "Nós não podemos deixar que lambança política atrapalhe o nosso povo. E aí a grande questão é: está na hora da gente introduzir desavença política? Tensão política numa hora dessa? E essa é a grande importância de escolher uma pessoa, e eu não preciso falar de João Campos pra vocês. Eu posso falar, como brasileiro, da importância de João Campos como bom prefeito que será e tem obrigação de ser", disse Ciro.


MARÍLIA ARRAES

O ex-prefeito do Recife, ex-candidato à Prefeitura de Olinda nessas eleições e atual deputado estadual João Paulo (PCdoB) declarou neste domingo (22) o seu apoio candidata à Prefeitura do Recife Marília Arraes (PT). Ele saiu do PT em 2018 em meio ao imbróglio envolvendo a candidatura de Marília ao Governo de Pernambuco, que acabou sendo rifada devido a retomada da aliança entre PT e PSB no estado. Marília também recebeu apoio de 12 congregações evangélicas e do deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ) neste domingo (22), além do reforço do deputado federal Túlio Gadêlha (PDT) no sábado (21).

João Paulo divulgou uma nota comunicando o apoio. "Nesse momento grave da disputa, quero reafirmar os princípios que sempre defendi e declaro o apoio à coligação PT/PSOL representada na candidatura de Marilia Arraes e João Arnaldo. Entendo que a população do Recife escolheu levar ao segundo turno candidaturas do campo progressista, deixando claro que não quer Bolsonaro. E agora a população precisa conhecer com profundidade as propostas defendidas para fazer sua escolha de forma livre, consciente e soberana", afirmou João Paulo.

Já o apoio de 12 congregações evangélicas é visto como importante pois faz um aceno para o eleitorado evangélico do Recife. De acordo com a última rodada da Pesquisa Ibope/JC/Rede Globo, divulgada no dia 18 de novembro, João Campos tem larga vantagem neste grupo, com 44% das intenções de voto, contra 32% da petista.

Durante o ato com os líderes das congregações, Marília voltou a acusar o PSB de agredi-la pessoalmente. "Vocês estão sendo testemunhas das agressões pessoais que estão fazendo contra mim. Essa prática não é novidade no PSB, desse pessoal que fez o que fez com o Recife, que desrespeita a cidade, as pessoas e as mulheres", afirmou a candidata.

Segundo Marília, foram feitas acusações contra a sua fé. "Queria agradecer muito a todos vocês. Não sei como tem gente que tem coragem de chegar e fazer tantas acusações contra a minha fé. Passar tantos anos sendo atacada, agredida, machuca, mas tudo isso faz a gente crescer, aprender. Para mim, mostra o quanto a gente precisa resgatar a cidade de um grupo que não tem respeito pelo povo do Recife, pelas pessoas e por mim. O candidato deles, do PSB, sabe qual é a minha fé, quais os meus posicionamentos. Estão fazendo isso por desespero, e o desespero é irmão da mentira. É muita falta de respeito, e não dá para tolerar uma campanha desse jeito", disse Marília.

Marília cumpriu agenda sábado no bairro de Dois Unidos, na Zona Norte. A petista visitou o Centro Social Urbano (CSU) Jorge Marinho Falcão, que prometeu revitalizar, assim como outros espaços públicos, segundo ela, importantes para fomentar a economia, cultura e geração de emprego nas comunidades da capital pernambucana. "O que a gente quer é cuidar da cidade, cuidar do que já tem, colocar para funcionar o que já tem", disse. "Os CSU's são equipamentos que são referência. Dois Unidos é um bairro que tem mais de 30 mil habitantes e que precisa de um espaço como esse. É um absurdo este local estar abandonado. Aqui poderia funcionar um espaço de lazer, um curso profissionalizante, de promoção da cultura, para que a gente levasse também cidadania para as pessoas", completou.

A revitalização da rede de equipamentos do Recife é uma das promessas incluídas no Programa de Governo da candidata. Caso eleita, ela pretende implementar o Plano de Parques para a Cidade, com o objetivo de disponibilizar áreas com infraestrutura ambiental e cultural em todas as Regiões Político Administrativas (RPAs). "Depois de revitalizado, traremos de volta os cursos profissionalizantes que já existiram aqui e que atendiam especialmente aos jovens e mulheres, capacitando essas pessoas para diversas atividades como marcenaria, barbearia e manicure", explicou.

Ela aproveitou para criticar a gestão municipal sobre a manutenção do CSU de Dois Unidos. "Esse CSU existe desde 1975 e em 2013 o Governo do Estado, do PSB, repassou o equipamento para a gestão da Prefeitura do Recife, também do PSB. De lá para cá, a situação só piorou. O telhado do prédio principal está caindo, a quadra poliesportiva não tem condições de uso. O local se transformou em um grande depósito de lixo. Tudo isso é reflexo da falta de cuidado e respeito da atual gestão da Prefeitura com as comunidades, especialmente na periferia", finalizou Marília.

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