Os candidatos a prefeito do Recife João Campos (PSB) e Marília Arraes (PT) fizeram um confronto de ideias e de troca de farpas, na manhã desta terça-feira (24), no debate da TV Jornal. Assuntos como educação, saúde, combate à corrupção foram tratado. Mas os postulantes não deixaram de lado as críticas. De um lado, Marília apontou que está sendo atacada por "uma campanha de ódio". Do outro, João - que está atrás nas pesquisas de opinião - disse ter sido atacado durante toda a campanha e partiu para cima em diversos momentos do programa, lembrando por diversas vezes que a petista foi denunciada pelo Ministério Público de Pernambuco.
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Confira o debate:
No primeiro bloco do debate, os candidatos tiveram de responder o motivo pelo qual querem ser prefeitos do Recife. O sorteado para iniciar a resposta foi João Campos e ele destacou estar preparado.
"Estou pronto para ser prefeito da cidade do Recife, a cidade onde nasci, cresci e estudei e que vou morar pela minha vida toda. Pelos próximos quatro anos, vou dedicar toda minha energia e disposição, vontade e garra para ajudar a vida dos recifenses. Recife tem um grande patrimônio que são as pessoas, pessoas guerreiras, altivas, que sabem construir o futuro. Nós vamos estar a disposição para fazer isso juntos. Para poder enfrentar cada problema da nossa cidade levando uma bandeira de esperança, realizando o sonho de cada um e cada uma. Fortalecendo a educação sempre, a educação não vai tá apenas no meu discurso, vai tá na prática da minha vida. Aumentar o número das vagas de creche, alfabetização na idade certa, fortalecer a qualificação profissional. A gente vai fazer muito pela cidade do Recife, porque com muita determinação, força e vigor a gente vai fazer da cidade do Recife avançar cada vez mais. A crise que se avizinha para o Brasil e o mundo é uma crise muito grande que vai exigir gestores responsáveis e comprometidos, que tenham disponibilidade e capacidade de entregar resultados. Que tenha disponibilidade de fazer isso junto com as pessoas. Sabe o que queremos fazer pela cidade do Recife? Dar direito de cada criança que nasce ter o direito de sonhar, construir oportunidade. Precisa ter alguém governando que saiba fazer, não apenas falar. Estou pronto para ser prefeito do Recife", disse o candidato do PSB.
Em seguida, Marília Arraes afirmou estar sofrendo com fake news na campanha e disse que João está fazendo uma "campanha do ódio". "É uma alegria poder participar no dia de hoje, nesse momento tão importante para a democracia. Queria agradecer todas as declarações de solidariedade de artistas, intelectuais, e lideranças políticas que estão impressionados com a baixaria que está acontecendo nessa campanha do Recife. Essa irmandade que a gente encontra nos dá força para resistir, para enfrentar fake news, seja na Justiça ou seja indo para as ruas. Cada vez que levantam uma mentira, a gente vê que isso aconteceu depois que o jogo virou. Virou também a campanha do nosso adversário, essa campanha do ódio. O que a gente tem feito é colocar o que a gente pensa para a cidade. Se tem alguma crítica, é sempre acompanhada de solução. Não vou cair em provocação, não vou entrar em bate boca. Já que o nosso adversário não tem o respeito de colocar uma propaganda digna na televisão. Com priorização, com vontade política, sem dúvida alguma a gente vai fazer um Recife diferente, com a responsabilidade de quem tem uma trajetória de luta na nossa cidade", afirmou a petista.
Confira imagens do debate:
Pandemia
Já no segundo bloco, os candidatos puderam fazer perguntas livres entre si e Marília Arraes questionou João Campos sobre a volta às aulas em meio à pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
O candidato respondeu que educação é prioridade e destacou que é será preciso alinhar a decisão educacional, com a decisão sanitária. "Não vamos colocar nenhum aluno, nenhum professor, nenhum profissional da educação em risco. Mas, a primeira ação vai ser fazer a medição do déficit de aprendizagem de toda a rede educacional de forma individualizada, por aluno, por turma e por colégio para que possamos ter a decisão acertada do que fazer para que cada aluno tenha o cuidado na aprendizagem devida. A gente tem como fazer, além do cuidado na retomada das aulas, que continuará em modelo híbrido por um tempo, pois não vamos colocar nenhum aluno do grupo de risco, ou professor do grupo de risco, correndo um risco na pandemia. Vamos fazer a ampliação do número de vagas de creche na cidade, um programa de alfabetização na idade certa, qualificação profissional pensando na empregabilidade do jovem. Tenho esse compromisso de fazer pela a educação, mostramos que temos esse conhecimento e dedicação, foi assim quando ajudei a criar a comissão que fiscaliza o Ministério da educação", disse João.
Na réplica, Marília Arraes pontuou que, é preciso resolver problemas estruturais das escolas da rede municipal de ensino do Recife. "A questão da educação é algo muito importante. Nós temos cerca de 70% das escolas com problemas estruturais. Então, nossa primeira vai ser uma reforma, uma manutenção geral desses prédios para que tenham condições de receber essas crianças e também verificar o problema de abastecimento de água deles. Não dá pra voltar as aulas com a pandemia sem ter o devido abastecimento de água. E também verificar quais salas tem condições de manter o distanciamento social entre os alunos, haver uma adequação do conteúdo para que os professores possam se adaptar a essa nova realidade, e também fazer uma manutenção em geral em relação ao saneamento básico, porque 54% das escolas se encontram sem o saneamento básico, crianças brincando ali próximo ao esgoto. Então, vamos tomar todas essas providências e voltar às aulas respeitando as normas e sanitárias e com toda a responsabilidade", disse a petista.
Na tréplica, João Campos desviou do assunto educação, disse que já foi apresentado o conjunto de ideias para a área e para a retomada às aulas e aproveitou o espaço para dizer que sua candidatura foi "agredida" durante a campanha. "Vocês acompanharam nos últimos meses nossa candidatura ser agredida, violentada por tantas pessoas, tantos opositores. Nós sempre fizemos uma campanha honrada, uma campanha limpa. Nós sempre questionamos no campo da política, nunca entrei no campo pessoal. Inclusive vocês podem ver na nossa rede social, que eu estou publicando agora as ofensas que recebi da candidata Marília no campo pessoal ao longo dessa caminhada. Agora eu sempre vou questionar sim, a eficiência de um mandato, sempre vou questionar sim a honestidade de um mandato. Não sou eu que estou dizendo, é o Ministério Público, é a imprensa nacional, são deputados aliados da candidata que fizeram revelações recentes. Nosso compromisso é com a verdade e com respeito sim às pessoas", afirmou João.
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