ELEIÇÕES 2022

Em busca de visibilidade, Geraldo Julio avalia caminhos para evitar ônus em 2022

O prefeito socialista é visto como um quadro competitivo para as eleições de 2022, na busca pela sucessão do governador Paulo Câmara (PSB).

Mirella Araújo
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Mirella Araújo
Publicado em 21/12/2020 às 21:04
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EX-PREFEITO Geraldo Julio era o nome natural, mas desistiu da disputa - FOTO: DIVULGAÇÃO
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Prestes a deixar a Prefeitura do Recife, após oito anos de gestão, o prefeito Geraldo Julio (PSB) tem sido colocado como um quadro competitivo para suceder o governador Paulo Câmara (PSB) nas eleições de 2022. Nos bastidores, há duas possibilidades sobre o futuro político do gestor, que já afirmou que só irá refletir sobre seu futuro político a partir de 2021. Diante do entrave de como Geraldo se tornará conhecido em todo o Estado, ventila-se que ele pode voltar a ocupar a Secretaria de Planejamento e Gestão, atualmente gerida pelo secretário estadual Alexandre Rebelo, ou chefiar a Casa Civil, ocupada pelo secretário José Neto.

O Blog de Jamildo citou a Secretaria de Infraestrutura como outra opção para Geraldo.

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No entanto, há uma preocupação sobre o ônus que uma secretária pode trazer, sob o ponto de vista da cobrança por resultados, que podem não ocorrer dentro do esperado no período de um ano e meio. “Ao assumir uma secretaria, Geraldo teria que mostrar serviço em menos de dois anos. A gente sabe das dificuldades que existem com licitações, orçamentos, obras pendentes”, afirmou um socialista, em reserva, 

Seguindo por essa linha de torna-se conhecido, mas protegido, de certa forma, de possíveis atritos e desgastes, surge também a possibilidade de Geraldo Julio vir a assumir um cargo no diretório nacional do PSB, a exemplo da presidência da Fundação João Mangabeira, hoje ocupada pelo ex-governador da Paraíba, Ricardo Coutinho. “Seria um função com outra dimensão, não só no aspecto nacional, que é importante a partir do momento em que se está discutindo a sucessão da presidência, em 2022, junto com um bloco formado com o PDT, PCdoB, PV, Rede, em que surgem novos atores. Mas, que o coloca também em contato direto com os prefeitos, em nome do partido”, avaliou um auxiliar, também em reserva.

Para a cientista política e professora da Faculdade de Ciências Humanas de Olinda (FACHO), Priscila Lapa, é necessário avaliar que o prefeito Geraldo Julio surgiu em um momento em que se pedia por um perfil técnico e novo no cenário eleitoral. “Ele não é de berço político, que por um momento o favorece, pois além de atender um perfil mais técnico e gestor, requerido pelo eleitorado, ele também atendeu ao requisito de Eduardo Campos, que precisava apresentar um quadro fiel daquela balança”, afirmou Lapa.

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Ainda de acordo com a cientista política, ao deixar a Prefeitura do Recife, e assumindo o desejo de alçar voos mais altos, estar em um cargo no papel de gestor seria uma estratégia política importante para o prefeito. “Se manter como gestor poderia ajudá-lo a se manter ativo na memória do eleitor, manter um contato com as bases políticas e, se for no âmbito estadual, ele começa a se relacionar com prefeitos. Alguém que tem cargo se destaca, diz não, mas diz sim também. Então é algo que pode potencializar, justamente por ele não ser alguém de base política.

Apesar de concluir sua gestão com uma desaprovação de 62%, segundo a última avaliação da pesquisa Ibope/JC/Rede Globo, divulgada no dia 26 de novembro, a docente acredita que essa não foi uma performance exclusiva do socialista. “Não podemos atribuir apenas a ele essa avaliação negativa, mas existe um contexto econômico do país que dificultou um pouco que as gestões municipais e estaduais fossem mais bem avaliadas. Isso é notório, temos lideranças políticas dos mais diversos espectros políticos que não se saíram bem avaliadas”, comentou a especialista.

FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM
Prefeito Geraldo Julio foi eleito em 2012, com apadrinhamento do então governador Eduardo Campos, e posteriormente reeleito, em 2016. - FOTO:FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM

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