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Ao ser preso, deputado desacata policial que lhe pede para usar máscara

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a prisão do parlamentar, aliado do presidente Jair Bolsonaro, na noite de terça-feira

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Estadão Conteúdo

Publicado em 17/02/2021 às 13:55
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Ao dar entrada no Instituto Médico Legal (IML) para passar por exame de corpo de delito antes da prisão, o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) desacatou uma policial civil que lhe pediu para colocar a máscara de proteção facial contra o novo coronavírus. A discussão foi filmada por um assessor parlamentar.
Após perceber que o deputado estava sem o equipamento, obrigatório em locais públicos do Rio de Janeiro desde junho de 2020, a servidora avisa: "para a nossa proteção e para a sua também, aqui dentro tem que usar máscara". Inicialmente, ele se recusa a cumprir a orientação. "A senhora não manda em mim não. Está achando que está falando com vagabundo? Meu irmão, a pior coisa é militante petista", reage.
Diante da insistência da policial, o deputado sobe o tom. "E se eu não quiser botar? Se a senhora falar mais uma vez eu não boto. Se falar mais uma vez eu tiro", diz. "A senhora é policial civil, eu também sou polícia, e aí? E sou deputado federal, e aí? A senhora não conhece a porra da lei, não?", afirma ainda na discussão.

Laudo médico

Na manhã desta quarta-feira, 17, o advogado André Rios minimizou o ocorrido. Segundo ele, Daniel Silveira "tem laudo médico que dispensa o uso de máscara". Ele acrescentou ainda que a discussão pode ter sido motivada pelo "calor do momento" de "uma prisão ilegal". Para Rios, a postura não tem qualquer impacto na acusação que sofre o deputado. "Cabe à funcionária, se ela realmente se sentiu ofendida, de tomar as medidas legais", considerou.
Preso em Petrópolis, na região serrana do Rio, no final da noite de terça-feira, 16, Daniel Silveira foi levado para a Superintendência da Polícia Federal na capital.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a prisão do parlamentar, aliado do presidente Jair Bolsonaro, na noite de terça, 16. A decisão ocorreu após o deputado divulgar um vídeo com apologia ao Ato Institucional 5 (AI-5), além de discurso de ódio e xingamentos contra os integrantes da Corte.

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