ELEIÇÕES 2022

Em pressão por cargos, aliados do PSB começam a falar publicamente em nome "alternativo" a Geraldo Julio para 2022

O nome do secretário da Casa Civil, José Neto, tem sido endossado por alguns parlamentares da Frente Popular de Pernambuco, como uma alternativa capaz de recompor a unidade entre os partidos aliados

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Mirella Araújo

Publicado em 16/04/2021 às 20:09 | Atualizado em 16/04/2021 às 20:13
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Colocado como candidato natural do PSB para a sucessão do governador Paulo Câmara, o ex-prefeito do Recife e atual secretário de Desenvolvimento Econômico, Geraldo Julio, não é um nome de consenso entre os aliados da Frente Popular de Pernambuco. Pelo menos é o que evidencia a fala de alguns parlamentares ao destacarem que o partido socialista poderia dispor de outros nomes, a exemplo do secretário da Casa Civil, José Neto. Considerado o “braço direito” do chefe do Executivo estadual, o auxiliar é apontado como o responsável pela reconstrução da relação entre o governo e Assembleia Legislativa, além de possuir um bom relacionamento com os prefeitos pernambucanos.

Até o anúncio oficial confirmando Geraldo Julio como candidato do PSB para as eleições de 2022, socialistas consideram normal que outros quadros possam surgir. “Nós ainda não discutimos isso dentro do partido, sabemos que o nome de Geraldo seria um caminho natural. Agora, diante de uma ampla frente de partidos em uma disputa eleitoral, é claro que pode haver resistência interna entre esses partidos dos nomes que estão colocados à mesa”, afirma um parlamentar socialista, sob reserva.

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Esse suposto tensionamento no arco de alianças capitaneado pelo PSB, foi levantado pelo deputado federal e ex-secretário de Transportes, Sebastião Oliveira (Avante). De acordo o parlamentar, o secretário da Casa Civil teria seria teria o perfil ideal para “restabelecer a unidade construída com sucesso por Eduardo Campos lá atrás”, afirmou Oliveira, em entrevista ao Blog do Magno. A fala foi corroborada posteriormente pelos deputados estaduais Rogério Leão (PL) e Romero Albuquerque (PP).

Em resposta, a leitura que tem se observado pelos governistas é de que essa situação tem sido criada para dar uma espécie de recado sobre as insatisfações com o PSB do que levar esse apoio adiante - o foco principal não seria quem está sendo lançado, mas a condução do processo pré-eleitoral. “Apesar de José Neto ser um quadro que tem todas as condições de ocupar qualquer posto, a fala de Sebastião Oliveira não é honesta no propósito. O que ele deseja é tensionar a relação para ocupar espaços no governo”, disparou um socialista, também em reserva.



O ex-secretário de Transportes já havia dito claramente que o Avante não estaria satisfeito com a atenção dada pelo governador Paulo Câmara com relação aos espaços ocupados na gestão. Na ocasião, Sebastião Oliveira, que estava acompanhando a visita do então candidato à presidência da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), ao Estado, cravou: “Não contenho mais a insatisfação de prefeitos, deputados e vereadores”.

A expectativa é de que Geraldo Julio possa conversar com estes atores políticos para tentar minimizar os ruídos e aperfeiçoar as relações. A partir desta semana, a reforma administrativa estadual voltará ao radar do governador Paulo Câmara. A última mudança do secretariado ocorreu quando o PT desembarcou da gestão, deixando vaga da Secretaria de Desenvolvimento Agrário. Hoje, a pasta é ocupada pelo deputado estadual licenciado Claudiano Martins Filho, indicado pelo PP. Entre as mudanças previstas para ocorrer, está a troca de comando na Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação, conforme antecipado pelo JC, chefiada por Marcelo Bruto. Ainda aguardam por uma sinalização do governador os partidos MDB, PDT, PSD e Avante.

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