Eleições 2022

'A Frente Popular só tem um nome para a sucessão de Paulo Câmara: Geraldo Julio', afirma líder do governo na Alepe

A declaração de Isaltino Nascimento surge no momento em que várias lideranças ligadas ao PSB e a outros partidos da Frente Popular demonstram resistência em apoiar a candidatura do ex-prefeito ao governo estadual

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Renata Monteiro

Publicado em 30/06/2021 às 16:10 | Atualizado em 30/06/2021 às 16:10
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Em meio às discussões que têm ocorrido na Frente Popular sobre quem deveria ser o escolhido pelo PSB para disputar o Palácio do Campo das Princesas em 2022, o líder do governo na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), Isaltino Nascimento (PSB), afirmou que só há um nome na coligação para ocupar esse posto, o do ex-prefeito do Recife e atual secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, Geraldo Julio (PSB). A declaração do parlamentar foi dada na manhã desta quarta-feira (30), durante entrevista à Rádio Clube.

"O nome de Geraldo é muito importante. Em 2012 ele foi eleito prefeito da capital, ainda indicado pelo ex-governador Eduardo Campos; foi reeleito com uma votação expressiva e elegeu o seu sucessor no ano passado. Ele fez um trabalho fantástico, maravilhoso, foi um grande prefeito. O PSB só tem um nome para a sucessão de Paulo Câmara, que é Geraldo Julio. (...) O único nome da Frente Popular a ser apresentado é o de Geraldo Julio, que é preparado, capaz, que tem condição de ser um excelente gestor do Estado de Pernambuco, como foi da capital", declarou o socialista, acrescentando que o anúncio formal da candidatura do correligionário só deve ocorrer entre março e abril de 2022.

A declaração de Isaltino surge no momento em que várias lideranças ligadas ao PSB e a outros partidos da Frente Popular demonstram resistência em apoiar a candidatura do ex-prefeito ao governo estadual. Já houve quem defendesse, por exemplo, a postulação do secretário da Casa Civil, José Neto, ou do secretário da Fazenda, Décio Padilha. O senador Humberto Costa, do PT, sigla que negocia uma reaproximação com os socialistas visando as eleições do próximo ano, considera até mesmo apresentar seu próprio nome para a disputa, caso a aliança entre os partidos seja restabelecida.

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Sobre a tese defendida pelo senador petista, Isaltino afirmou que ideias como essa são "naturais", uma vez que em uma pré-campanha a tendência é de que as legendas se coloquem com mais ênfase nos mais diversos cenários eleitorais. "Tem um ditado na política que diz que time que não joga, não tem torcida. Então é natural que os integrantes do PT digam isso, e eu já tive o privilégio e a honra de ser membro do Partido dos Trabalhadores, fiz parte dele por 28 anos, eu entendo a trajetória deles. Mas eu penso que o nosso desafio maior é aliar disputas regionais localizadas, que são importantes, com o processo nacional. Acho que o estratégico para o PT é eleger o ex-presidente Lula. Para o PSB, o estratégico é eleger o sucessor de Paulo Câmara em Pernambuco, o sucessor de Flávio Dino no Maranhão, etc", pontuou o deputado, frisando que acha "interessante" que o PT esteja com os socialistas em 2022.

A construção dessa parceria entre PT e PSB, porém, esbarra nos anseios de um importante aliado dos socialistas em Pernambuco, o PDT. O partido, que tem como candidato à presidência da República o ex-ministro Ciro Gomes, já comunicou que, caso socialistas e petistas voltem às boas, desembarcará da Frente Popular para integrar uma coligação que dê palanque ao presidenciável pedetista aqui no Estado. Sobre essa possibilidade, Isaltino parafraseou o ex-vice-presidente Marco Maciel, falecido neste mês de junho, que costumava afirmar que "quem tem tempo, não tem pressa".

"Nós temos muito respeito pelo PDT, não só por Ciro Gomes, mas pelo deputado estadual José Queiroz, ex-prefeito da capital do Agreste, Caruaru, por Wolney Queiroz, que é um grande parlamentar, tem um desempenho fenomenal como deputado federal, e por Isabella de Roldão, vice de João Campos no Recife. Nós estamos nessa construção e a gente tem que seguir trabalhando para buscar o que nos une, que é ganhar de Bolsonaro. No tempo exato nós vamos construir isso com outros partidos e tomara que nós possamos ter também o PDT somando a essa aliança com siglas de centro, centro-esquerda, alguns mais conservadores, para que a gente possa retomar o sentimento de governabilidade do nosso país e o fortalecimento do sentimento de ser brasileiro. Como dizia Marco Maciel, enquanto houver tempo, há a possibilidade de se construir trabalhando", detalhou Isaltino Nascimento.

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