Lula encontra com lideranças do PSB no Palácio do Campo das Princesas
Apesar da importância da conversa, caciques do PT e do PSB fizeram questão de dizer que é cedo para bater martelo sobre aliança
O ex-presidente Lula (PT) participa, na noite deste domingo (15), de um jantar no Palácio do Campo das Princesas, onde tentará convencer a cúpula do PSB de Pernambuco a apoiá-lo na corrida presidencial de 2022 vencendo resistências internas. Entre os que até aqui se mostraram contrários a aliança está o prefeito do Recife, João Campos (PSB).
O anfitrião é o governador Paulo Câmara; entre os socialistas, o mais inclinado a composição com o PT. O partido já sinalizou a Lula, mais cedo, que topa abrir mão de uma candidatura própria ao Governo do Estado se essa for a composição que mais ajude o ex-presidente a voltar ao Palácio do Planalto.
Apesar do papel estratégico da conversa, líderanças do PSB e do PT passaram o dia emitindo sinais de que o martelo ainda não deve ser batido. A avaliação dos dois lados é que há muitos meses até a eleição, motivo pelo qual é preciso deixar as opções em aberto. Apesar disso, todos têm ressaltado a importância do diálogo, principalmente para fortalecer a oposição ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
"É um jantar para se discutir os problemas do Brasil. Não vai se tratar de nada específico em relação às eleições. É mais ouvir o governador, as lideranças do PSB. Uma coisa que o presidente está fazendo, vai fazer por todo o Nordeste e está começando por Pernambuco. Mas é uma discussão mais geral em relação ao momento em que estamos vivendo", afirmou o presidente do PT de Pernambuco, ao chegar ao Palácio do Campo das Princesas, no Centro do Recife.
Doriel fez questão de dizer que não acredita que a aliança será fechada nesta noite. "Até porque o próprio presidente já falou que isso é mais uma conversa política. Mas com certeza hoje não vai se tratar. E o presidente entende que tem muito chão pela frente ainda. Essa discussão vai ser feita no momento mais oportuno", explicou.
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Mais cedo, o presidente do PSB, Sileno Guedes, também havia dado uma declaração no mesmo sentido, de que o diálogo é importante, mas ainda é cedo para bater o martelo.
A cerimônia estava marcada para às 19h, mas atrasou, inclusive por causas das inumeras conversas de Lula com políticos de vários partidos. Além de conversar com a direção do PT local, ele se reuniu com caciques do PCdoB, do Psol, e com os deputados Tulio Gadelha (PDT) e Silvio Costa Filho (Republicanos). Lula só chegou ao Palácio por volta das 21h.
Ele foi recebido por acenos de integrantes do movimento sem teto, que fizeram um protesto no Centro e seguiram a pé até a Praça da República, na esperança de ver o ex-presidente. Lula entrou em uma van, com os vidros escuros e a conversa com os militantes foi conduzida por Doriel Barros.