Antigos aliados

Com Lula em Pernambuco, Armando reforça defesa a candidato de centro nas eleições presidenciais de 2022

No passado, o ex-senador fez parte do governo da então presidente Dilma Rousseff e teve candidaturas apoiadas pelo PT. Hoje, acredita que é necessário abrir espaço para novas lideranças

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Renata Monteiro

Publicado em 16/08/2021 às 18:59 | Atualizado em 16/08/2021 às 19:03
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Aliado histórico do PT, o ex-senador Armando Monteiro Neto, que filou-se recentemente ao PSDB, afirmou nesta segunda-feira (16) que, apesar de reconhecer que o ex-presidente Lula (PT) contribuiu significativamente para o desenvolvimento de Pernambuco enquanto esteve no poder, não apoiará uma possível candidatura do petista ao Planalto em 2022 por não acreditar que ele seja o melhor nome para suceder o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). De acordo com o tucano, o ideal é que uma liderança nova e de centro chegue à presidência, pois não conseguiremos superar os problemas que existem hoje no país "voltando ao passado".

"Durante a minha trajetória eu fui ministro da presidente Dilma (Rousseff, PT) e nesse sentido eu tenho reconhecimento à ação que foi feita pelo presidente Lula em favor do Nordeste e de Pernambuco. Muitos importantes projetos no Estado foram frutos de investimentos promovidos na época do governo Lula, seja a indústria naval, a refinaria, o marco desse regime automotivo que permitiu que a Fiat viesse para cá, a área social, inclusive, ampliando os programas de transferência de renda que foram tão importantes para o Nordeste. Mas com relação ao processo de escolha do futuro presidente da República a minha posição é que o presidente Lula já teve várias oportunidades. Eu acho que é hora de dar lugar às novas lideranças. Nós não vamos superar o presente que nos constrange com esse governo desastrado do presidente Bolsonaro voltando ao passado", declarou Armando, em entrevista à rádio CBN Caruaru.

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Em 2018, quando concorreu ao Governo do Estado dentro de uma coligação que continha unicamente partidos de centro e centro-direita, Armando declarou apoio à candidatura de Lula até o momento em que o ex-presidente teve a postulação indeferida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Depois disso ele declarou voto no ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB).

No momento em que Lula cumpria o segundo dia de compromissos em Pernambuco dentro de um giro que iniciou ontem pelo Nordeste, Armando Monteiro diz defender "algo novo para o País". "Nós precisamos agora construir um futuro, dar um passo adiante e, para isso, é preciso convocar novas lideranças. Veja que o presidente Lula já teve oportunidade de ser candidato à Presidência da República em 1989, 1994, 1998, 2002, 2006. Eu acho que agora nós precisamos apostar em novas lideranças, é por isso que, com todo o respeito à postulação do presidente Lula, eu defendo algo novo para o País", destacou.

O PSDB tem prévias marcadas para novembro deste ano, quando decidirá quem deve ser o seu candidato ao Palácio do Planalto em 2022. Até o momento, estão colocados na disputa o governador de São Paulo, João Doria, o senador Tasso Jereissati, o ex-prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto e o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que inclusive esteve em Pernambuco na última sexta-feira (13).

CENÁRIO LOCAL

Defensor da candidatura da prefeita de Caruaru, Raquel Lyra (PSDB), ao Governo de Pernambuco, Armando afirmou que a gestora e os outros dois pré-candidatos ao Palácio do Campo das Princesas do grupo de oposição, Anderson Ferreira (PL) e Miguel Coelho (MDB), estão em constante diálogo para chegar a um consenso sobre a melhor estratégia a ser adotada pelo bloco no ano que vem. Um dos principais fatores que determinará a decisão que será tomada, diz Armando, será o cenário de disputa nacional.

"Eles (Raquel, Anderson e Miguel) têm um canal permanente de comunicação e acho que todos estão compelidos a encontrar um entendimento comum. É claro que o ideal seria construir uma única candidatura nesse campo, mas às vezes, por circunstâncias do próprio palanque nacional, é possível que tenhamos mais de uma candidatura", observou o ex-senador. "Por que eu falo dos palaques nacionais? Porque a prefeita Raquel se alinha com o PSDB e com partidos que estão ao centro, que provavelmente terá uma ou duas candidaturas (a presidente), então o palanque dela tem que estar aberto aqui para essas candidaturas. E é sabido que os prefeitos Miguel Coelho e Anderson têm um maior alinhamento com o governo Bolsonaro. Então é possível que, por essas circunstâncias, eles tenham que oferecer um palanque aqui em Pernambuco para a candidatura à reeleição de Bolsonaro", completou Armando Monteiro.

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