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Confira o discurso do presidente Bolsonaro neste 7 de setembro em Brasília

Chefe do executivo adotou um tom ácido contra quem estaria, segundo ele "barbarizando a população", atribuiu para si a benção divida e disse que não aceitará mais "prisões políticas"

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Katarina Moraes, Estadão Conteúdo

Publicado em 07/09/2021 às 12:05 | Atualizado em 07/09/2021 às 12:09
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O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), discursou na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, neste 7 de setembro. Em meio a gritos de apoiadores, o chefe do executivo adotou um tom ácido contra quem estaria, segundo ele "barbarizando a população", atribuiu para si a benção divida e  disse que não aceitará mais “prisões políticas”. 

"Não podemos aceitar mais prisões políticas no nosso Brasil. Ou o chefe desse Poder enquadra o seu ou esse Poder pode sofrer aquilo que nós não queremos", discursou o presidente, sem citar nominalmente a quem se referia. 

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), é o principal alvo das manifestações de apoiadores de Bolsonaro. O magistrado conduz um inquérito para investigar atos antidemocráticos durante os eventos convocados pelo presidente neste 7 de setembro.

"Não mais aceitaremos qualquer medida, qualquer ação ou qualquer sentença que venha de fora das quatro linhas da Constituição. Nós também não podemos continuar aceitando que uma pessoa específica da região dos Três Poderes continue barbarizando a nossa população."

Bolsonaro afirmou ter o apoio divino e popular para evitar o que chamou de "sanha ditatorial" no Brasil. "Não vai chegar aqui. Temos Deus ao nosso lado e o povo também", declarou. Durante o trajeto, Bolsonaro acenou para apoiadores. Para um grupo, chegou a gritar "Bora, p...". O mandatário prometeu fazer um discurso de "alguns minutos" no ato. "Não podemos brincar com nossa liberdade."

O chefe do Planalto sobrevoou o local e depois andou em carro aberto até a concentração, na Esplanada dos Ministérios. Em transmissão ao vivo nas redes sociais, Bolsonaro lembrou do juramento que fez nas Forças Armadas para dar a vida pela pátria.

"O juramento continua em pé e tenho certeza que cada um de vocês tudo fará para que sua liberdade seja garantida", disse. O presidente afirmou que alguns países da América Latina "relaxaram" ao achar que a "sanha ditatorial" nunca chegaria aos seus territórios.

Protestos pelo Brasil

O Brasil está em alerta nesta terça-feira (7) com apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) prometendo ir às ruas em todo o país pedindo pelo fechamento dos Poderes e a tomada de poder com ajuda das Forças Armadas - ações similares às que aconteceram durante a Ditadura Militar no país. Em Brasília, nessa segunda (6), um grupo chegou a furar o bloqueio de segurança montado pelo governo do Distrito Federal na Esplanada dos Ministérios.

No Recife haverá pelo menos três grandes atos neste 7 de setembro. Os movimentos e partidos de direita farão dois deles: uma passeata - liderada pela Aliança por Pernambuco e pelo Movimento Direita Pernambuco - e a carreata da "Independência Dia 07/Dia D pela nossa liberdade", organizada pelo B38. Ambas ocorrerão na Zona Sul do Recife. O terceiro grande ato será a 27ª edição do Grito dos Excluídos e das Excluídas realizado pelo Fórum Dom Helder Camara e que vai contar com a participação de movimentos ligados à esquerda e à defesa dos direitos humanos.

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