Aliados de Bolsonaro em Pernambuco reforçam apoio ao presidente após recuo
Para o ministro Gilson Machado, Bolsonaro segue com apoio dos brasileiros que reconhecem a dificuldade de ''quebrar o sistema''; confira mais posições
Políticos pernambucanos aliados de Jair Bolsonaro (sem partido) manifestaram apoio nas redes sociais ao presidente da República, nessa quinta-feira (9).
Em meio a críticas de bolsonaristas que não gostaram do recuo do presidente ao lançar nota afirmando respeitar as instituições, o presidente estadual do PTB, Coronel Meira, o deputado estadual, Alberto Feitosa (PSC) e o ministro do Turismo, Gilson Machado Neto, afirmaram dar "total apoio ao presidente".
"Estamos buscando por mais liberdade; liberdade para o povo brasileiro, liberdade de imprensa, liberdade para os presos políticos como o deputado Daniel Silveira, o caminhoneiro Zé Trovão, o jornalista Oswaldo Eustáquio e o nosso presidente partidário Roberto Jefferson, dentre outros. O presidente Bolsonaro, desde sua posse, tem sido atacado constantemente, porém, nunca jogou fora das quatro linhas da Constituição, como ele tem reforçado; suas posturas são de um verdadeiro democrata e estadista, ao contrário do que a esquerda tenta vender à população. Por isso, continuo ao seu lado, lutando por dias melhores em prol do nosso País," declarou Meira.
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Após as declarações com ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao ministro Alexandre de Moraes nas manifestações de 7 de setembro, o presidente Jair Bolsonaro lançou uma "declaração à nação" e não agradou sua base de apoiadores nas redes sociais. Em nota, o chefe do Executivo disse que nunca teve "a intenção de agredir quaisquer Poderes", e que suas "palavras, por vezes contundentes, decorreram do calor do momento e dos embates que sempre visaram o bem comum."
No Twitter, a reação de aliados do presidente foi imediata e termos como “covarde” e “Bolsonaro arregou”. "Game Over", disse o blogueiro Allan Santos no Twitter — o termo em inglês pode ser traduzido como "fim do jogo" ou simplesmente "acabou". Rodrigo Constantino usou a mesma expressão, mas foi mais enfático nas críticas ao presidente. Para ele, Bolsonaro demonstrou "fraqueza" e "levou um xeque-mate". "Bolsonaro pode ter assinado sua derrota", afirmou no Twitter.
Porém, para o ministro Gilson Machado, Bolsonaro tem apoio dos brasileiros que reconhecem a dificuldade de "quebrar o sistema". "Nada vai abalar minha minha confiança no seu caráter, lealdade, coragem, patriotismo, honestidade e estratégia. O brasileiro de bem está com o senhor Presidente. Eles reconhecem que não é fácil quebrar este sistema, que está instalado e entranhado, há anos, em nossa nação. Conte comigo nesta luta", afirmou.
Por sua vez, Feitosa, reforçou que seu líder é Bolsonaro. "Acompanho e acredito em suas estratégias e decisões. Tenho certeza de que não fomos às ruas em vão, continuo com o senhor, continuo ao seu lado nesta batalha por um Brasil livre e democrático", declarou.
Em sua conta no Instagram, o movimento Direita Pernambuco disse que se manterá na luta ao compartilhar publicação de Olavo de Carvalho afirmando não abandonar Bolsonaro. "Quem pensa que Bolsonaro é a solução para tudo está muito enganado, é necessário que continuemos fazendo a nossa parte. Por isso que temos dito: seremos incansáveis. Essa é uma luta constante e se queremos mudança não podemos desistir", afirmou o grupo.
Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro divulgou a nota um dia após o presidente do STF, Luiz Fux, afirmar que suas ameaças poderiam culminar em crime de responsabilidade. Bolsonaro chegou a afirmar que não cumpriria mais decisões judiciais do ministro Alexandre de Moraes, a quem chamou de "canalha".
No comunicado divulgado pelo Planalto, Bolsonaro baixou o tom e afirmou que as declarações foram feitas no "calor do momento" e que "nunca teve intenção de agredir quaisquer dos poderes".
O presidente ainda disse que "não tem direito de esticar a corda a ponto de prejudicar a vida dos brasileiros e sua economia" e que suas divergências com o ministro Alexandre de Moraes — seu maior desafeto no STF e a quem chamou de "canalha" em sua fala nos protestos — deveriam ser resolvidas por meio da via judicial.
Confira o posicionamento:
Declaração à Nação
No instante em que o país se encontra dividido entre instituições é meu dever, como Presidente da República, vir a público para dizer:
1. Nunca tive nenhuma intenção de agredir quaisquer dos Poderes. A harmonia entre eles não é vontade minha, mas determinação constitucional que todos, sem exceção, devem respeitar.
2. Sei que boa parte dessas divergências decorrem de conflitos de entendimento acerca das decisões adotadas pelo Ministro Alexandre de Moraes no âmbito do inquérito das fake news.
3. Mas na vida pública as pessoas que exercem o poder não têm o direito de “esticar a corda”, a ponto de prejudicar a vida dos brasileiros e sua economia.
4. Por isso quero declarar que minhas palavras, por vezes contundentes, decorreram do calor do momento e dos embates que sempre visaram o bem comum.
5. Em que pesem suas qualidades como jurista e professor, existem naturais divergências em algumas decisões do Ministro Alexandre de Moraes.
6. Sendo assim, essas questões devem ser resolvidas por medidas judiciais que serão tomadas de forma a assegurar a observância dos direitos e garantias fundamentais previsto no Art 5º da Constituição Federal.
7. Reitero meu respeito pelas instituições da República, forças motoras que ajudam a governar o país.
8. Democracia é isso: Executivo, Legislativo e Judiciário trabalhando juntos em favor do povo e todos respeitando a Constituição.
9. Sempre estive disposto a manter diálogo permanente com os demais Poderes pela manutenção da harmonia e independência entre eles.
10. Finalmente, quero registrar e agradecer o extraordinário apoio do povo brasileiro, com quem alinho meus princípios e valores, e conduzo os destinos do nosso Brasil.
DEUS, PÁTRIA, FAMÍLIA
Jair Bolsonaro
Presidente da República Federativa do Brasil