Anderson, Miguel ou Raquel? Para Mendonça Filho, oposição deve ter só um dos três como candidato a governador de Pernambuco
Em entrevista à Rádio Jornal Petrolina, o ex-ministro também alfinetou o governo Paulo Câmara: ''anda de costas para o povo''
Presidente estadual do Democratas (DEM) em Pernambuco, o ex-ministro Mendonça Filho disse estar tudo pronto para a filiação do prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, ao partido, visando disputar o Governo de Pernambuco no próximo ano.
Miguel não é o único nome da oposição que pretende ser governador; Anderson Ferreira, prefeito de Jaboatão, e Raquel Lyra, prefeita de Caruaru, também estão no páreo. Mas, na visão de Mendonça Filho, Coelho chega com "muita força" para essa disputa.
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Miguel vai oficializar a filiação ao DEM no próximo dia 25 de setembro. Para Mendonça, o evento será um passo importante para que o prefeito consolide o nome para a disputa.
"Estamos cuidando da organização, vai ser um grande evento e vai mexer com a política do Estado. Tenho expectativa favorável, ele (Miguel) tem se movimentado bem, se faz presente em várias regiões do Estado, como atuou junto a pequenos e médios agricultores e produtores rurais, vocalizando uma voz crítica de cobrança junto ao Governo do Estado que, ao meu ver, é bastante distante do segmento produtivo, comerciantes, pequenos e médios industriais e empresários. É um governo que anda de costas para povo", disse Mendonça Filho criticando a gestão do Governo Paulo Câmara (PSB) em Pernambuco.
Prefeito reeleito de Petrolina, no Sertão de Pernambuco, Miguel tem como desafio consolidar seu nome em outras regiões do estado de Pernambuco, caso queira disputar a eleição com competitividade. "O nome dele vem sendo debatido no meio politico, mas não vou dizer que penetra para baixo, para a massa, para o povão. Isso exige tempo, trabalho e essa interação que ele terá com com o público da capital fará com que ele possa ampliar essa condição cada vez mais", afirmou Mendonça.
Oposição
As declarações de Mendonça ocorreram durante entrevista à Rádio Jornal Petrolina, na manhã desta quinta-feira (16). O democrata ainda falou sobre a estratégia. Com mais de um nome competitivo, a oposição composta por partidos como PSDB, PL e o próprio DEM ainda não decidiu se lançará uma ou duas candidaturas no primeiro turno do ano que vem.
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Mas, Mendonça já disse que prefere uma chapa única, com Miguel, Anderson e Raquel, faltaria somente definir quem deles disputaria o governo, a vice e o Senado. "Ao meu ver, a melhor estratégia é ir com um nome só. A unidade da oposição para mim é importante, ao menos essa oposição que eu menciono. Trabalhamos nessa perspectiva, uma chapa com esse caminho. Não é vontade minha ou de Miguel, não é individual, precisa formar consenso, mostrar predicados e qualidade de cada um para ir à disputa", disse.
Fusão com o PSL
O partido de Mendonça, o DEM, está em discussão para realizar uma fusão com o PSL de Luciano Bivar. Caso ocorra, o partido terá maior recurso, tempo de TV e a maior bancada na Câmara Federal, o que pode impulsionar as candidaturas do Democratas no próximo ano. Questionado sobre a fusão, Mendonça diz que primeiro devem ser solucionados os empecilhos locais, mas não citou quais.
"Eu coloco que é necessário e discutir as condições locais dos diretórios regionais. A discussão está se dando e, avançando o quadro regional de cada estado, haverá espaço para fusão. O PSL elegeu a segunda maior bancada na Câmara em 2018 e junto ao Democratas seremos, do ponto de vista de representatividade no número de parlamentares, no tempo de TV e fundo eleitoral, disparado maior do Congresso, que é algo muito importante", afirmou.
Ele diz que o peso desse novo partido "fatalmente" levará a uma discussão de terceira via para disputar a eleição contra Jair Bolsonaro e Lula no próximo ano. "Há um publico que busca um caminho alternativo e a fusão possibilita mais força para essa candidatura de centro", concluiu.