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Datafolha aponta que 57% dizem nunca confiar nas declarações de Bolsonaro; maior índice do mandato

Segundo o levantamento feito pelo instituto de pesquisa, apenas 15% dos entrevistados declararam confiança nas declarações de Bolsonaro e 28% responderam que "as vezes" confiram nelas

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JC

Publicado em 17/09/2021 às 15:50 | Atualizado em 17/09/2021 às 18:20
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As declarações dadas pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), geram a desconfiança de 57% da população, segundo a pesquisa feita pelo Datafolha. Esse foi o maior índice do mandato do chefe do Executivo, que em julho alcançou o índice de 55% de desconfiança sobre suas falas. Ainda segundo o levantamento, divulgado nesta sexta-feira (17), 15% dos entrevistados declararam que confiam nos pronunciamentos do presidente, enquanto 28% responderam que às vezes confiam. 

A pesquisa possui margem de erro de dois pontos percentuais - para mais ou para menos - com nível de confiança de 95%. Foram entrevistas presencialmente 3.3667 pessoas em todo o Brasil.  As informações são do jornal Folha de S. Paulo. O presidente também teve uma alta no índice de reprovação do seu governo, segundo avaliação entre julho e setembro deste ano, onde 53% dos entrevistados consideram seu governo ruim ou péssimo, contra 22% que avaliam como ótimo ou bom. 

Apesar da "Declaração à Nação" ter sido lida como um recuo do presidente as críticas direcionadas ao Supremo Tribunal Federal (STF) após os atos do Dia da Independência,  Bolsonaro tem investido em falas polêmicas a respeito não só do sistema eleitoral brasileiro, onde defende o voto impresso, mas sobre as medidas de enfrentamento a covid-19, desde o ano passado. 

Nas manifestações realizadas no dia 7 de setembro,  Bolsonaro afirmou que não cumpriria mais as ordens do ministro Alexandre de Moraes. Anteriormente, ele chegou encaminhar ao Senado um pedido de impeachment do ministro do STF. 

Conforme relembra a publicação da Folha de S. Paulo, em se tratando da pandemia, Bolsonaro declarou diversas vezes que o Supremo teria impedido o governo federal de agir no enfrentamento da covid-19, passando a responsabilidade para governadores e prefeitos na adoção das medidas de prevenção. Agora, o presidente tem pressionado o ministro da Saúde Marcelo Queiroga a desobrigar o uso da máscara - item do qual desde o início da pandemia do coronavírus, o presidente evita utilizar. 

Outro ponto apontado como grave nos discursos do ex-capitão da reserva, é a defesa do tratamento precoce contra a covid-19, com uso de medicamentos que não possuem eficiência comprovada para o combate da doença, como a cloroquina e a ivermectina. O uso destes medicamentos tem sido alvo da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, no Congresso Nacional. 

RECORTE

A pesquisa divulgada pelo Datafolha também mostra alguns recortes sobre o índice de desconfiança das declarações do presidente da República. Ela é maior entre as mulheres, com 61% diante de 52% entre os homens. Na região do Nordeste, o índice também é mais alto, com 66%. 

Entre os entrevistados com renda mais alta, a taxa negativa apresenta uma queda. Entre os que têm renda familiar de cinco a dez salários mínimos, o indíce desce para 48%. Os entrevistados com renda familiar superior a dez salários mínimos que sempre confiam nas declarações somam 26%.

No recorte que computa apenas os eleitores que afirmam que vão votar pela reeleição dele em 2022, a taxa de confiança atinge 50% ou mais, dependendo do cenário eleitoral pesquisado.

Um dos segmentos que mais rejeitam a veracidade das declarações de Bolsonaro é o que vê "muita chance" de um golpe de Estado no país. Nesse recorte, a desconfiança no que é dito pelo presidente chega a 85%.

 

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