Ao lado de Bolsonaro, FBC critica relatório da CPI e gestões do PSB na pandemia
Para Fernando Bezerra Coelho, o presidente da República estaria sendo alvo de "uma das maiores injustiças da política brasileira"
Em seu discurso durante a inauguração do Ramal do Agreste, no município de Sertânia, nesta quinta-feira (21), o líder do governo federal no Senado, o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB) saiu em defesa do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), acusado formalmente por dez crimes ligados a pandemia da covid-19, segundo relatório apresentado pelo relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL).
Para Fernando Bezerra, o presidente da República estaria sendo alvo de “uma das maiores injustiças da política brasileira” e que a Comissão Parlamentar de Inquérito teria se desviado dos seus propósitos ao assumir um caminho da “radicalização, excessos jurídicos e inconstitucionais”.
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Opositor ao governo do PSB no Estado, emedebista não perdeu a oportunidade de citar o caso dos 500 ventiladores pulmonares adquiridos pela Prefeitura do Recife, na gestão do ex-prefeito Geraldo Julio (PSB) em 2020, que foram alvos de investigação da Polícia Federal, por terem sido testados apenas em porcos.
“Eu pergunto aos pernambucanos que aqui se reúnem, o que seria de nós se não tivesse vindo dinheiro do governo federal para assistir ao Estado que estava quebrado. O presidente que compensou a perda de ICMS, o presidente que custeou as unidades de terapia intensiva, o presidente que comprou os respiradores para não deixar a população morrer. Porque se depender dos governadores, esses respiradores aqui nunca chegaram, compraram até respiradores de porco. Essa é a verdade”, disparou Fernando Bezerra Coelho.
Ainda na fala do líder do governo, as 1.180 páginas do relatório final da CPI da Covid, que está sob análise dos integrantes do colegiado, vão “merecer a lata de lixo da história política do nosso Brasil”, acrescentou na ocasião.
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Manifesto
Nessa quarta-feira (20), , o senador Fernando Bezerra Coelho, havia apresentado à CPI um manifesto em que rechaça as acusações criminais contra Bolsonaro, cobrando que fosse feito um relatório final técnico e não um documento com “aparência de tecnicidade em relatório ideológico”.
Fernando Bezerra descartou a caracterização do crime de charlatanismo, em razão das falas do presidente. “Não se sustenta, pois não houve promessa de cura ou de solução infalível. Tais manifestações se inserem integralmente na proteção constitucional da liberdade de expressão do pensamento”, afirmou. “Em nenhuma ocasião em que houve participação do presidente da República em eventos públicos se mostra possível identificar o elemento dolo em sua conduta, nem o viés de promover reuniões com o objetivo principal de causar o contágio da população”, acrescentou.
Ainda de acordo com o líder do governo, o colapso no fornecimento de oxigênio ocorrido em Manaus mostrou-se um episódio de força maior, em face de uma cepa mais forte e contagiosa, que resultou numa acentuada demanda por oxigênio. Sobre a aquisição de vacinas da Pfizer, Fernando Bezerra destacou que não se pode falar em demora ou omissão do presidente.
“A história de negociação do contrato de compra e venda entre o Ministério da Saúde e a farmacêutica americana foi longa, por vezes difícil, mas nunca uma história de não negociação. A exigência de cláusulas contratuais que afetavam a soberania brasileira inviabilizava juridicamente a imediata contratação, dado que as condições propostas pelo fornecedor eram totalmente incompatíveis com a legislação que disciplina as licitações e contratações pública”, explicou.