Candidatura de Ciro Gomes não pertence a ele, pertence ao partido, diz presidente nacional do PDT Carlos Lupi
Para Carlos Lupi, essa suspensão nunca significou que Ciro Gomes teria deixado o projeto de viabilizar seu nome nas eleições presidenciais. "Suspender não é deixar de ser", disse.
O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, deixou claro que o ex-ministro Ciro Gomes continuará sendo o pré-candidato à presidência da República nas eleições de 2022, pelo partido. A validação da postulação foi dada em entrevista coletiva, nesta terça-feira (9), onde o dirigente também afirmou que a crise instaurada no PDT após a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios, teria sido superada.
"A candidatura de Ciro Gomes não pertence a ele, pertence ao partido. Então, ele tem direito de dizer que não quer ser candidato, mas o partido não abre mão da sua candidatura", cravou o dirigente, referindo-se ao anúncio do líder pedetista de que suspenderia sua pré-candidatura em meio as duras críticas aos parlamentares do partido que votaram a favor da proposta - chamada pela oposição de "PEC do Calote".
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"A mim só me resta um caminho: deixar a minha pré-candidatura em suspenso até que a bancada do meu partido reavalie sua posição. Temos um instrumento definitivo nas mãos, que é a votação em segundo turno, para reverter a decisão e voltarmos ao rumo certo", publicou Ciro, em seu perfil no Twitter.
Para Carlos Lupi, essa suspensão nunca significou que o ex-ministro teria deixado o projeto de viabilizar seu nome nas eleições presidenciais. "Ele fez uma suspensão, que foi uma maneira que ele encontrou para mostrar sua divergência e isso está superado. Essa postura que meu líder, Wolney [Queiroz], teve foi em nome dessa superação e desse processo. Isso está superado, agora nós vamos continuar lutando pelo Brasil e pelo projeto nacional em desenvolvimento”, declarou.
A votação do segundo turno da PEC dos Precatórios está ocorrendo hoje. Mais cedo, o líder da bancada federal do PDT, o deputado Wolney Queiroz, confirmou que o partido desta vez irá votar contra o texto, que adia as dívidas da União com sentença judicial definitiva, e tem sido usada como fator condicionante pelo governo federal para subsidiar o Auxílio Brasil.
“Por maioria, decidimos mudar a posição da bancada na votação em segundo turno da PEC 23. A decisão se deu em nome da preservação da nossa unidade partidária”, escreveu o parlamentar pedetista no Twitter.
Apesar do reposicionamento, Wolney afirmou em entrevista à Rádio Jornal, que o PDT ainda deve dar votos pela aprovação da PEC. "A maioria estará votando contra a PEC, mas temos casos específicos, três ou quatro deputados que já estão de saída do partido. Esses tendem a votar contra a orientação partidária", disse Queiroz. "Os demais devem seguir a posição da bancada, mas isso só poderemos confirmar quando o painel de votação for aberto, nos dando certeza dos votos de cada um", emendou.