Defesa de candidatura única na centro-direita de Pernambuco pode diminuir distância entre Priscila Krause e o DEM
Priscila está próxima de outro grupo opositor de centro-direita do Estado, mas acertos futuros podem reaproximá-la do partido que está deixando
Atualizada às 18h50 do dia 11 de novembro de 2021
Recentes mudanças ocorridas no Democratas - como a fusão do partido com o PSL, levando à formação do União Brasil - levaram a deputada estadual Priscila Krause a anunciar a sua saída da sigla nesta terça-feira (9). O movimento da parlamentar acaba por aproximá-la de outro grupo de centro-direita do Estado, formado por legendas com o PSDB e Cidadania, mas acertos futuros entre as legendas de oposição podem diminuir a distância entre ela e a agremiação que está deixando.
Entre as lideranças do bloco que está circulando o Estado com o movimento Levanta Pernambuco e do Democratas, vem ganhando força a ideia de que esses partidos se reúnam, em 2022, em torno de apenas uma candidatura ao Palácio do Campo das Princesas, pois, dessa forma, eles teriam mais chances de chegar ao segundo turno contra o candidato do PSB. O presidente estadual do DEM, Mendonça Filho, é um dos que reiteradamente têm defendido essa hipótese.
>> Leia íntegra da carta de despedida de Priscila Krause para Mendonça Filho, do DEM
Na nota que divulgou após o anúncio da debandada de Priscila, Mendonça disse que a pré-candidatura de Miguel Coelho pelo partido está mantida, mas que “continua trabalhando pela unidade das oposições”. Em entrevista ao JC no fim do mês de outubro, o ex-ministro da Educação disse considerar legítimas todas as postulações postas na oposição, mas afirmou que, sob o seu ponto de vista, as siglas deveriam se reunir no futuro para decidir qual será o nome que representará o bloco nas urnas.
“Continuo defendendo a tese de que mais adiante a gente precisa se sentar para conversar, buscando uma unidade das forças de oposição. No momento atual, é cada um se apresentando ao eleitor, mostrando propostas, ideias, e é isso que está acontecendo”, observou Mendonça, na ocasião.
Na última segunda-feira (8), o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, disse não descartar uma aliança ampla entre a centro-direita pernambucana em prol de uma única postulação a governador. “Eu acho possível (a união da centro-direita no primeiro turno). O que nós estamos fazendo para isso? Respeitando o tempo. Não há gestão para isso no momento em que há pré-candidaturas postas com absoluta legitimidade e em que a gente precisa ter um grande respeito pela operação dessas alternativas, pelo que Raquel está fazendo com Anderson, pelo que Miguel está fazendo com o seu conjunto de forças. Estamos esperando que cada um possa, ao longo desse tempo, construir a sua viabilidade. Mas a minha torcida pessoal é para que, lá na frente, possamos estar todos juntos”, pontuou.
Para que esse cenário se concretize, porém, é necessário que dois dos três pré-candidatos ao governo pela centro-direita do Estado - os prefeitos Anderson Ferreira (PL), Miguel Coelho e Raquel Lyra (PSDB) - desistam da disputa. Além disso, a teoria não é uma unanimidade na oposição.
"Eu acho que a unidade deve se dar em algumas estratégias comuns, mas é importante e legítimo que a oposição tenha mais de uma candidatura. Considerando que o governo fez uma aliança com o PT, se no campo da oposição nós não tivermos pelo menos dois projetos, acho que há uma dificuldade imensa para você provocar um segundo turno", avaliou o deputado federal Daniel Coelho, presidente do Cidadania-PE, em entrevista à Rádio Jornal Petrolina.
Hoje presidente estadual do PSL, Frederico França pensa como o parlamentar. Segundo ele, o lançamento de mais de uma candidatura pela oposição é fundamental para o fortalecimento do grupo em 2022. "Na minha opinião pessoal, o lançamento de múltiplas candidaturas de oposição não enfraquece o grupo, pelo contrário. É muito importante que haja mais de uma candidatura para levar o pleito para o segundo turno, pois isso amplia o leque de votação", defendeu o dirigente partidário.