Na visão do sociólogo e cientista político Antônio Lavareda, a suposta aliança entre o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para as eleições de 2022 "estreitaria espaço para a terceira via". Nos bastidores, circula a informação de que Alckmin estaria sendo cotado para compor a chapa de Lula como vice.
"Com esse casamento, o espaço para a terceira via estreita bastante, porque a candidatura de Lula faria com mais facilidade o movimento que Ciro Gomes pretende, um pouco de avanço ao centro-direita, já que o vice não é determinante em arrebanhar um grande contingente de votos", analisou o especialista em entrevista à Rádio Jornal na manhã desta segunda-feira (15).
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Segundo Lavareda, os pré-candidatos à presidência da República disputam neste ano a simpatia do eleitorado que levou Jair Bolsonaro (sem partido) ao poder em 2018. "Temos seis candidatos para beber da mesma água, que tem tamanho e nome definido: 55,13% dos votos válidos da última eleição e quem votou em Bolsonaro", pontuou.
Entre estes, estão Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Ciro Gomes (PDT), Sergio Moro (Podemos), Luiz Henrique Mandetta (DEM), João Doria (PSDB) e Eduardo Leite (PSDB).
Por isso, para ele, candidatos da chamada "terceira via" vêm ampliando a agenda e atendendo demandas da direita, como Ciro Gomes (PDT) - que foi massivamente criticado neste mês por afirmar que Lula teria participado de uma conspiração pelo impeachment de Dilma Rousseff (PT).
"Ciro está no [campo da] centro esquerda, disputando com o Lula, embora ele não tenha a força e o enraizamento de Lula, o que dificulta o avanço nesse mercado. Isso faz com que ele tenha a necessidade de abrir as pernas, fazendo o que no balé se chama de escala, indo buscar eleitores para o centro-direita", disse.
Um novo nome na política também pretende despontar no próximo ano: o do ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sergio Moro. O levantamento de intenção de votos, no entanto, é desanimador para Moro. O Paraná Pesquisas divulgou na última semana de 57,7% do público o rejeita.
Para Lavareda, a projeção não surpreende. "Em 2018, Sérgio Moro teria sido imbatível. Na tumultuada saída dele do governo, ele tinha 18% das quais Bolsonaro pontuava 20%, praticamente empatado. Mas foi para os Estados Unidos e nesse período de ausência uma série de fatos [contra ele] afloraram, como as anulações de suas sentenças na Lava Jato e o vazamento de dados e conversas entre ele e procuradores pelo Telegram", lembrou.
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