Para Paulo Câmara, PSB tem disposição para dialogar com Alckmin
O governador de Pernambuco disse que a direção nacional do PSB ainda vai procurar o ex-governador Geraldo Alckmin para conversar a respeito do futuro político do tucano
Enquanto o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) avalia qual será o seu futuro político nas eleições de 2022, o PSB mostra que está disposto estreitar o dialogo com o líder tucano. Segundo o governador de Pernambuco, Paulo Câmara, a direção nacional do PSB ainda irá conversar com Alckmin, mas defende essa "é uma discussão que precisa ser feita".
Vice-presidente nacional do Partido Socialista Brasileiro, ao ser questionado pelo JC, sobre como enxerga a possível vinda do ex-governador de São Paulo para a legenda socialista, Paulo Câmara explicou que o empenho do partido é "mudar a forma que o Brasil vem sendo governado".
"É o tempo da política, a eleição é só no próximo ano, então tem construções a serem feitas. Agora, nós estamos muito empenhados desde o início de mudar a forma que o Brasil vem sendo governado, então todos aqueles que queiram nos ajudar a fazer essas mudança, nós vamos estar conversando, porque o Brasil precisa efetivamente de mudanças e mudanças profundas. Dessa forma que o PSB vai se conduzir", declarou o chefe do Executivo estadual, após o lançamento oficial do 5º chamamento público do Programa Força Local, realizado no Palácio do Campo das Princesas.
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De acordo com um socialista em reserva, no primeiro encontro convocado pelo presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, em Brasília, para tratar da possibilidade de filiar Geraldo Alckmin, o governador de Pernambuco participou mais como ouvinte, analisando os mais variados cenários a serem debatidos.
Paulo Câmara é apontado como uma liderança importante na articulação entre o PSB e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e a direção nacional do partido já condicionou ao PT que o apoio nacional será encaminhado a partir das alianças a serem concretizadas pelos petistas em seis estados estratégicos: Pernambuco, Rio de Janeiro, Acre, Rio Grande do Sul, Espírito Santo e São Paulo, considerado o mais emblemático até aqui. Essas amarras, inclusive, passam pela aceitação da filiação de Geraldo Alckmin, que também tem sido cortejado pelo PSD e União Brasil - a ser formalizado a partir da fusão entre o DEM e o PSL.
Essa não seria a primeira vez que o PSB abrigaria uma liderança em prol da aproximação com Lula. O deputado federal Marcelo Freixo, antes filiado ao PSOL, e o governador do Maranhão, que era filiado do PCdoB, migraram para a legenda socialista após acordo com ex-presidente. Ambos apoiam publicamente a pré-candidatura de Lula.
Conforme antecipado pelo JC, a direção do PSB iniciou um processo de consultas nos núcleos regionais para tratar da vinda do tucano. Nos bastidores, a discussão passa primeiro pela questão ideológica, já que Alckmin é uma figura histórica do PSDB. Ainda que os socialistas estejam dispostos a conversar com os mais diversos campos, o que não inclui apenas a esquerda, mas a centro-direita e a direita também, esclarecer isso para o eleitor não pode ser subestimado.
Outro ponto central e que também tem sido visto internamente como fator chave para essa movimentação, é que a indicação do ex-governador Geraldo Alckmin, para a vice na eventual chapa com o ex-presidente Lula, poderia trazer ganhos importantes a longo prazo. Além disso, facilitaria o cenário de São Paulo, encabeçado pelo ex-governador Marcio Franca, que tem se colocado como pré-candidato em 2022.