Empresário que comprou tríplex do Guarujá se surpreende com repercussão do sorteio do imóvel
Fernando Contijo resolveu fazer um sorteio do tríplex pela plataforma online "Pancadão", marcado para março de 2022. Qualquer pessoa pode participar do sorteio desembolsando R$ 19,99
O empresário brasiliense Fernando Gontijo fez um bom negócio ao adquirir o famoso tríplex do Guarujá, peça central na ação que levou o ex-presidente Lula (PT) à prisão, em abril de 2018. O petista foi condenado pelo então juiz Sérgio Moro - hoje pré-candidato à Presidência pelo Podemos - no âmbito da Operação Lava Jato.
Foi em um leilão com bens apreendidos na Lava Jato ainda em 2018 que Contijo adquiriu o imóvel pelo valor de R$ 2,2 milhões, o valor mínimo estipulado. Ele então resolveu fazer um sorteio do tríplex pela plataforma online "Pancadão", marcado para março de 2022. Qualquer pessoa pode participar do sorteio desembolsando R$ 19,99.
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Em entrevista à Rádio Jornal nesta sexta-feira (17), o empresário revelou que a repercussão do sorteio superou as suas expectativas. "Nós tivemos a partir do momento da divulgação da campanha promocional, um acesso extraordinário e levando inclusive o nosso site a ficar fora do ar pelo volume expressivo de acessos.
Com experiência em compra e venda de imóveis, Fernando Contijo estima que, considerando apenas o valor do metro quadrado da região, o tríplex valeria no mínimo R$ 2,5 milhões. Isso sem contar com o valor simbólico.
"Nós somos empresários do mercado imobiliário e quando houve a proposta de licitação judicial, do leilão judicial, eu observei naquela época que seria um imóvel que poderia atrair um número enorme de interessados porque ele é um imóvel diferenciado e a venda dele, a disponibilização dele ao público deveria ser também de uma forma diferenciada", explicou.
Para participar do sorteio, é preciso baixar o aplicativo do "Pancadão" e efetuar o pagamento dos R$ 19,99 para receber um número que funcionará como seu bilhete. E não é só o tríplex que será sorteado, mas também outros prêmios menores, como carro, moto, playstation e celular.
Afirmando que não desejava entrar no aspecto jurídico da discussão se o tríplex era de fato de propriedade do ex-presidente, Contijo acredita que a repercussão se dá justamente por conta da história por trás do imóvel.
"O imóvel é famoso, ele desperta curiosidade e também polêmica, sem dúvida nenhuma. Eu imagino que essa explosão, ela ocorreu exatamente pelo interesse das pessoas pela curiosidade e também pela possibilidade de ser sorteado por apenas R$ 19,99. Realmente, ele permite o acesso a todo brasileiro que poderá, sem dúvida nenhuma, vir a ser sorteado em um projeto diferenciado, exatamente considerando o diferencial que existe desse imóvel.
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Imóvel
O empresário aproveitou móveis e objetos que já estavam no imóvel quando tomou posse dele, como cozinha planejada, geladeira e camas. Ele está inclusive providenciando o restante da decoração para entregar o apartamento completo nas mãos do vencedor.
"Quando recebi tive que fazer uma manutenção, climatizei todo o apartamento e aproveitei todos os objetos que lá estavam. Estamos fazendo agora o complemento da decoração, ou seja, ele estará totalmente mobiliado, sem dúvida nenhuma, trazendo também os objetos que lá
estavam por ocasião do leilão", disse.
Em termos burocráticos, Fernando Contijo garante que obteve um registro junto ao Ministério da Economia para regularizar a realização do sorteio. Segundo ele, o imóvel estava anteriormente registrado no nome da construtora responsável, a OAS, e passou para a sua empresa assim que a compra foi concluída.
Lula
Lula foi condenado por Moro em julho de 2017 a 9 anos e seis meses de prisão na ação do tríplex do Guarujá. Foi apontado que ele recebeu propina da construtora OAS através do imóvel, localizado no Guarujá, na baixada Santista, no estado de São Paulo.
Em janeiro de 2018, a 8ª Turma do Tribunal Regional Federal (TRF) da 4ª Região referendou a condenação e ainda aumentou a sua pena para 12 anos e 1 mês.
Em abril daquele ano, após receber o ofício do TRF4 comunicando a decisão, Sérgio Moro determinou a prisão de Lula. Após 580 dias preso na sede da Polícia Federal em Curitiba, Lula foi solto em novembro de 2019. O ex-presidente foi beneficiado pela decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que entendeu que os condenados só poderão ser presos após o trânsito em julgado, ou seja, até serem esgotados todos os recursos.
O STF reconheceu a imparcialidade de Moro no caso do tríplex em junho deste ano. O caso do teve sua prescrição reconhecida pelo Ministério Público Federal (MPF) e foi arquivado.