ELEIÇÕES 2022

Lula e Sergio Moro sobem o tom a nove meses da eleição

Os pré-candidatos à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Sergio Moro (Podemos) subiram o tom na troca de ataques por meio de declarações e publicações em rede social

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Estadão Conteúdo

Publicado em 20/01/2022 às 15:44
Após conflito entre Lula e Moro por plano do PCC, senador de oposição quer incluir Lula em inquérito, veja situação - JULIEN DE ROSA/AFP E ISAAC AMORIM/MJ

Os pré-candidatos à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Sergio Moro (Podemos) subiram o tom na troca de ataques por meio de declarações e publicações em rede social nesta quarta-feira (19). Chamado de "canalha" pelo ex-presidente petista, Moro respondeu: "Canalha é quem roubou o povo brasileiro durante anos e usou o dinheiro para financiar ditaduras".

A Operação Lava Jato, que levou o petista à prisão, está no centro desse debate, assim como a atuação de Moro como juiz dos processos contra Lula na vara federal de Curitiba, cujas condenações foram anuladas pelo Supremo Tribunal Federal.

O ex-presidente Lula concedeu entrevista para 'veículos independentes' nesta quarta-feira e, ao comentar sua condenação, voltou a defender sua inocência. "Eu, graças a Deus, consegui desmontar o canalha que foi o Moro no julgamento dos meus processos, o (Deltan) Dallagnol e as fake news contra mim", afirmou.

Em eventos e entrevistas desde que anunciou sua pré-candidatura, Moro narra com frequência sua atuação como juiz no enfrentamento de casos de corrupção envolvendo Lula e o PT. Apoiadores de Moro apostam justamente nesse histórico e discurso anticorrupção como principal trunfo de sua pré-candidatura.

Lula, por sua vez, classifica a Lava Jato como uma "quadrilha" e recorre à anulação de suas condenações pelo STF para argumentar que foi vítima de perseguição.

Em publicação nas redes sociais, Moro afirmou que "quadrilha" é o nome do grupo colocado pelo ex-presidente na Petrobras, empresa central das investigações lideradas pelo presidenciável do Podemos.

Em clima de embate eleitoral, o ex-juiz afirmou ainda que Lula será "derrotado" em outubro. O petista aparece em primeiro lugar nas pesquisas de intenção de voto e tem mantido vantagem de dois dígitos em relação ao segundo colocado, o presidente Jair Bolsonaro (PL). Moro tem aparecido em terceiro lugar, mas ainda abaixo de dois dígitos.

A manifestação de Moro contra Lula foi celebrada por movimentos de renovação política que apoiam a pré-candidatura do ex-juiz. O Movimento Brasil Livre (MBL) fez publicação nas redes sociais dando destaque à fala do ex-ministro da Justiça, que deixou a toga para participar do governo Bolsonaro, com quem rompeu em 2020. O vereador Rubinho Nunes (PSL), integrante do grupo, escreveu: "Moro colocou Lula em seu devido lugar".

A fala também foi replicada nos perfis de Arthur do Val (Patriota) e Adelaide Oliveira, pré-candidatos a governador e deputada federal, respectivamente. Um grupo de integrantes do MBL prepara filiação ao Podemos para dividir palanque com Moro na campanha deste ano, incluindo o coordenador nacional do movimento, Renato Battista.

A militância digital do MBL ajudou a colocar a #LulaCanalha entre os trending topics no Twitter entre a tarde de quarta e a manhã de hoje.

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