Eleições 2022

Em Pernambuco, o PSD e o PT têm pretensões semelhantes

A expectativa é de que o PSB apresente o restante da chapa majoritária até o dia 15 de março

Mirella Araújo
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Mirella Araújo
Publicado em 01/03/2022 às 19:07
GUSTAVO LIMA/AG. CÂMARA
André de Paula é presidente estadual do PSD - FOTO: GUSTAVO LIMA/AG. CÂMARA
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“Cada estado tem uma realidade distinta”. Essa é a observação que o presidente do PSD de Pernambuco, o deputado federal André de Paula, faz com relação às movimentações recentes entre o seu partido, a nível nacional, e o PT. O dirigente é um dos nomes cotados para a única vaga do Senado no Estado, e entre os socialistas, tem sido apontado como o nome de preferência do pré-candidato a governador, o deputado federal Danilo Cabral (PSB).

A resposta de André se refere ao cenário que está sendo construído na Bahia. Segundo a publicação da jornal Folha de S. Paulo, o senador Jaques Wagner (PT) retirou sua pré-candidatura a governador, e por não possuir nenhum nome natural para a disputa, o partido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva estuda apoiar o senador Otto Alencar (PSD). Acontece, que o pessedista tem sido resistente com relação a encabeçar a chapa, mas seu projeto de reeleição tem como entrave a candidatura do governador Rui Costa (PT), que pretende entregar o cargo, no período da desincompatibilização eleitoral, para se candidatar a uma cadeira na  Casa Alta.

As movimentações que o PT está tentando fazer para atrair o apoio do PSD já no primeiro turno, poderá respingar em outros estados. No caso de Pernambuco, os petistas reivindicam a vaga do Senado, sob o argumento da reciprocidade, já que o partido retirou a pré-candidatura a governador do senador Humberto Costa. Por outro lado, seis partidos colocaram nomes à disposição para essa construção, entre eles, o deputado André de Paula.

“Eu defendo o diálogo permanente. Cada estado é uma realidade distinta e essa é a etapa que os partidos possam buscar pontos de convergência e construir o maior número de palanques possíveis”, afirmou André de Paula, em conversa com o JC.

“O PSD e o PT têm pretensões semelhantes (em Pernambuco). Nós tivemos ao lado da Frente Popular e isso incluía o PT, onde Humberto Costa foi candidato ao Senado e teve nosso apoio. Dessa vez, o PT tem a mesma pretensão e esse é o momento de tentar a unidade do palanque. Não sendo possível harmonizar essa definição, se escolhe a chapa que mais some para ganhar as eleições”, declarou o pessedista.

Para alguns socialistas, em reserva, o PSD seria uma solução positiva, inclusive para o próprio Partido dos Trabalhadores. “O nome ideal para o Senado é aquele que possa unir e Frente Popular e que tenha o apoio de Lula”, afirmou um parlamentar socialista, sinalizando que a decisão terá de ser conversada com o líder petista. A definição da chapa deverá ser apresentada até o dia 15 de março, já que aliados têm ressaltado que precisam organizar seus partidos a partir do desenho de quem serão os candidatos a Senado e a vice. 

Para o senador Humberto Costa, mesmo considerando que o deputado André de Paula seja uma pessoa altamente capacitada e com uma história política de prestígio no Estado, o PT tem feito concessões “muito expressivas” para obter o apoio do PSD de Gilberto Kassab. O petista citou não só a Bahia, mas o estado de Minas Gerais, onde o partido abriu mão da candidatura própria para apoiar o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD).

“Uma demanda que o presidente Lula se dispôs a debater e elevar em consideração, é reeleger o senador Rodrigo Pacheco. E agora tudo indica que nós vamos apoiar na Bahia, no estado que o PT governa, o senador Otto. Se isso não for suficiente para ser contrapartida ao PSD pelo apoio a Lula, sinceramente é melhor cede a própria vaga de presidente da República”, disparou Costa, em entrevista à Rádio Folha, na última sexta-feira (25).

 

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