Às vésperas da data-limite para deixarem os cargos de prefeitos se quiserem participar das eleições deste ano, os gestores de Petrolina, Miguel Coelho (União Brasil); de Jaboatão dos Guararapes, Anderson Ferreira (PL); e de Caruaru, Raquel Lyra (PSDB), têm aproveitado a janela partidária e feito uma verdadeira maratona pelo Estado para filiar o maior número possível de lideranças aos seus respectivos partidos. A ideia, dizem fontes próximas aos pré-candidatos a governador, é fortalecer essas siglas e possibilitar que elas tenham chapas proporcionais competitivas tanto para aumentar a representação das legendas no Legislativo quanto para auxiliar os postulantes durante a campanha.
Nesta terça-feira (8), por exemplo, o deputado estadual Joel da Harpa, até então ligado ao PP, anunciou a sua entrada no PL de Anderson Ferreira. Evangélico e defensor de pautas relacionadas à segurança pública, o parlamentar deixou claro que a história do prefeito de Jaboatão e o alinhamento dele com o presidente da República foram fundamentais para a sua decisão de mudar de agremiação.
“Eu estava no PP, que é da base, mas sempre tive um posicionamento oposicionista ao PSB, então aproveitando esse momento de janela partidária e acreditando na necessidade de alternância de poder, eu decidi ir para o PL. O partido hoje tem projetos consolidados tanto nacionalmente, com o presidente Bolsonaro, quanto em Pernambuco, com o prefeito Anderson Ferreira, que certamente irá para o segundo turno, então acho que é o melhor local para que eu possa tentar a reeleição”, declarou Joel.
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Antes disso, Anderson já havia anunciado a filiação de lideranças como a inspetora da Polícia Rodoviária Federal Elissa Urquiza e o ex-vereador de Petrolina Osinaldo Souza, que disputarão vagas na Câmara Federal no pleito deste ano, entre outros.
Nos últimos dias, Miguel Coelho também tem trabalhado no sentido de fortalecer as hostes do União Brasil, partido recém-nascido da fusão entre o Democratas e o PSL. Na última segunda (7), o deputado estadual Romero Albuquerque, que era do PP, anunciou apoio à pré-candidatura do gestor de Petrolina e oficializou a sua migração para a nova sigla.
“O fator determinante para que eu saísse da Frente Popular foi a ausência de políticas públicas para os animais no âmbito estadual. O atual governador está há 8 anos no poder e apesar da nossa cobrança excessiva, pouca coisa foi feita nesse período. Eu escolhi o União Brasil para fazer essa migração devido à determinação, a experiência e os resultados que o prefeito Miguel Coelho apresentou em Petrolina. Com certeza ele é o nome mais preparado para gerir o Estado neste momento”, declarou o parlamentar. Segundo ele, caso a vereadora do Recife Andreza Romero, sua esposa, não tenha o apoio do PP para concorrer a uma vaga na Câmara dos Deputados, ela também deve deixar o PP.
Além disso, comenta-se que a deputada estadual Clarissa Tércio (PSC) e o vereador Júnior Tércio (Podemos) podem migrar para o partido de Miguel, mas como essa configuração poderia não agradar o presidente da República, é possível que o quadro não se confirme. Bolsonaro tem relações rompidas com o presidente nacional do UB, Luciano Bivar, e os Tércio são aliados de primeira hora do militar da reserva, que é da sigla de Anderson Ferreira.
Gestora da principal cidade do Agreste pernambucano, Raquel Lyra também preside o PSDB e tem circulado por diversas regiões do Estado para abonar fichas de filiação de aliados. No início deste mês, a prefeita recebeu na legenda o pré-candidato a deputado federal Nunes Rafael, ex-vereador de Araripina, a assistente social Neidinha de Welber, de Carnaubeira da Penha, o auditor fiscal de Petrolina e professor Allan Maux, e a ex-prefeita de São Bento do Una, Débora Almeida, esta última ex-PSB.
“Ingresso no PSDB junto com tantos amigos e amigas com uma expectativa imensa, coragem e determinação para trabalhar pelo povo pernambucano especialmente neste momento em que as prioridades estão invertidas no nosso Estado”, declarou Almeida, no dia da sua filiação.
PRAZOS
Segundo as regras eleitorais em vigor, os pré-candidatos a governador que possuem mandatos de prefeitos têm até o dia 2 de abril para se desincompatibilizar do dos cargos para disputar o Palácio do Campo das Princesas. Dos três nomes citados acima, apenas Miguel já definiu a data em que entregará o posto ao seu vice, Simão Durando (UB): 30 de março.
Embora aliados de Anderson Ferreira e Raquel Lyra deem como certas as suas participações no pleito, ainda não há certeza a respeito das datas em que eles deixarão os Executivos municipais para se dedicarem exclusivamente à campanha estadual.
Balanço
Saiba quais dos deputados pernambucanos mudaram de partido e quais siglas escolheram para disputar as eleições de 2022:
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