Eleições 2022

‘Marília está com Lula por convicção, Danilo por conveniência’, diz Marcelo Gouveia, coordenador de campanha da ex-petista

Gouveia é prefeito de Paudalho, cidade da Mata Norte pernambucana. Apesar de ser do PSD, partido da base do governo, o gestor está na oposição e não apoia o candidato do PSB na eleição deste ano

Renata Monteiro
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Renata Monteiro
Publicado em 19/04/2022 às 18:05
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AGLUTINAR Lula quer atrair os "desgarrados" da terceira via - FOTO: TWITTER @DEP_PAULINHO
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Coordenador político da pré-campanha da deputada federal Marília Arraes (Solidariedade) ao Governo de Pernambuco, o prefeito de Paudalho, Marcelo Gouveia (PSD), afirmou nesta terça-feira (19) que a aliada só deixou o PT e se filiou ao Solidariedade porque a sigla já havia, desde o início de 2022, declarado que estaria ao lado do ex-presidente Lula (PT) nas eleições de outubro. De acordo com o gestor, diferentemente do pré-candidato a governador do PSB, Danilo Cabral, a ex-petista está ao lado de Lula “por convicção”, não “por conveniência”.

Apesar de ser do PSD, partido da base do governo, o gestor está na oposição e não apoia o candidato do PSB na eleição deste ano.

O presidente nacional do Solidariedade, Paulinho da Força, oficializou hoje a aliança da legenda com o PT no pleito deste ano. Mesmo sendo aliado de longa data de Lula, o dirigente partidário foi vaiado durante um recente encontro com o petista e chegou a reconsiderar o apoio ao pré-candidato. Quando era deputado federal, Paulinho votou a favor do impeachment de Dilma Rousseff (PT) e se afastou da esquerda, fatos que não foram esquecidos por setores que apoiam o ex-presidente.

“Marília só foi para o Solidariedade porque o partido já havia dito que apoiaria Lula desde o início do ano. Houve um ruído ao longo dessa semana, que foi superado, e a gente entende a posição de Paulinho da Força, pois para firmar uma aliança ele precisa ser respeitado e saber seu papel dentro da função. Como ele bem disse ao UOL, ele não pode ser o patinho feio da aliança. Eu acho que ele fez bem, e hoje reafirmou o compromisso dele com Lula”, observou Gouveia.

Ao comentar as reiteradas afirmações de Danilo Cabral de que seria o único candidato de Lula em Pernambuco, o prefeito de Paudalho diz que o próprio eleitor é quem vai verificar, ao longo da campanha, qual dos postulantes ao Palácio do Campo das Princesas possui mais afinidade com o petista.

“Durante uma entrevista, um jornalista perguntou a Marília se ela era a candidata de Lula no Estado e a resposta dela foi perfeita: ‘Lula é o meu candidato’. Oportunamente, o eleitor vai avaliar e ver quem tem mais identidade com o presidente Lula. Se é Marília, que passou 20 anos do mesmo lado, na esquerda, ao lado do ex-presidente quando houve o impeachment, quando ele foi preso, quando foi processado e perseguido, ou um candidato que já votou em Marina Silva, em Alckmin, que votou a favor do impeachment e presenciou a vergonha que foi, em 2020, a campanha do PSB contra o PT no Recife. Existe uma palavra de ordem que precisa ser colocada: Marília é aliada de Lula por convicção, Danilo é aliado por conveniência”, disparou o prefeito.

No início do mês, em entrevista à Rádio Pajeú, Danilo Cabral chegou a dizer que "Lula vai dizer que o candidato dele é Danilo". O socialista declarou, ainda, que as últimas eleições têm sido marcadas por "fake news" e que "em tempo de eleição sempre aparece quem quer confundir mais do que esclarecer".

Estrutura

Quando Marília decidiu deixar uma das maiores agremiações do País e encarar uma pré-campanha a governadora em uma legenda de menor porte, houve quem questionasse se a deputada teria estrutura partidária para enfrentar o desafio. Segundo Marcelo Gouveia, por mais que a força de um partido como PT seja significativa em uma disputa eleitoral, o modo como as campanhas têm sido feitas nos últimos anos pode acabar beneficiando a pré-candidata.

“Desde 2016 a política brasileira vem passando por um processo de transformação e abrindo espaço para uma nova forma de fazer campanhas, com a inserção, cada vez mais forte, das redes sociais. Um exemplo disso é Bolsonaro em 2018, que se elegeu presidente da República com um celular dentro do escritório fazendo lives. Isso não diz que a forma antiga de construção de liderança, do trabalho, do tempo de televisão, não sejam importantes, mas a gente está vivendo um período de transformação. Existem essas questões que são auxiliadas pela estrutura partidária, mas em contrapartida nós temos o apoio popular, a vontade de mudança e pessoas de vários partidos se manifestando a favor da candidatura de Marília”, destacou Gouveia.

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