O Partido Progressista (PP) poderá desembarcar do palanque composto pela Frente Popular de Pernambuco e a indefinição sobre quem estará na chapa majoritária é um dos motivos para a possível mudança de apoio. O presidente do PP de Pernambuco, o deputado federal Eduardo da Fonte, foi bem claro com relação ao que tem sido costurado entre PSB, PSD e PT sobre a vaga do Senado.
“Vejo a Frente Popular com muita preocupação, porque eu vejo uma discussão entre três partidos para montar a chapa, onde fala quem o PT tem direito ao Senado, mas ele já tem um senador que é Humberto Costa”, disparou o dirigente.
Vale lembrar que o parlamentar também havia apresentado seu nome como alternativa a ser estudada pelo PSB para compor a vaga de senador na chapa encabeçada pelo pré-candidato a governador Danilo Cabral. “Aí você vê André de Paula, que seria candidato porque o prefeito João Campos disse que ele vai ser. Não vou sentar na mesa e aceitar um prato feito vindo de lá para que o PP concorde com algo que eu não participei e não opinei”, completou da Fonte, em entrevista à Rádio Folha, nesta segunda-feira (25).
- Com definição do Senado para maio, PT ainda discute se indicação final será Carlos Veras ou Teresa Leitão
- A novela do Senado vai chegando ao fim enquanto outra sobre a foto de Lula, continua em Pernambuco
- Doriel Barros diz que PSB quer avanços do PT sobre a definição para o Senado
- Frente Popular: sem acordo do PSD com Lula, André de Paula perde pontos na disputa por vaga ao Senado
“Precisamos discutir e talvez seja hora de fazer uma mudança de campo”. A fala do dirigente também contempla sua insatisfação com a gestão do prefeito do Recife, João Campos (PSB). Segundo o dirigente, na semana do dia 15 de maio, será submetida a Executiva estadual do PP a permanência ou não do partido na base governista da capital pernambucana. Na Casa José Mariano, a agremiação tem a segunda maior bancada com cinco parlamentares.
Por fim, Eduardo da Fonte disse que o partido tem até a realização das convenções partidárias, em agosto, para definir a escolha do governador que terá o seu apoio. "Nós vamos escutar com calma, com cautela, todos os candidatos”, disse.
Após a repercussão da entrevista, o governador Paulo Câmara recebeu Eduardo da Fonte no Palácio do Campo das Princesas, na tarde de hoje. Fontes afirmam que as declarações do presidente estadual do PP não causaram surpresas, porque sempre há um clima de tensionamento por parte da agremiação, nas discussões de pré-campanha, ainda mais agora que o partido encontra-se rachado nestas eleições de 2022
Nacional
Outro questão pontuada de forma crítica, durante a entrevista, diz respeito a nacionalização do discurso entre os pré-candidatos ao Governo do Estado. Neste caso, ele não se referiu apenas a quem apoia o presidente da República Jair Bolsonaro (PL), como o caso do pré-candidato a governador Anderson Ferreira (PL).
Sobrou também para os pré-candidatos Danilo Cabral e Marília Arraes (SD) que disputam a imagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Candidato que ficar se agarrando a presidente da República não vai dar certo”, declarou.
“O que eu tenho visto, infelizmente, é um debate apequenado por parte dos pré-candidatos a governador querendo colar nessa discussão presidencial, quando na verdade os candidatos têm que estar discutindo os problemas de Pernambuco, discutindo as soluções para esse momento difícil que a gente atravessa economicamente com a falta de emprego e com a volta da fome, que precisará de um novo governo com medidas importantes e enfrente os problemas do estado”, afirmou Eduardo da Fonte.
Embora o dirigente estadual afirme que seu voto pessoal é no ex-presidente Lula, o Partido Progressista estará no palanque de Bolsonaro nas eleições presidenciais. Além disso, a sigla abriga importantes lideranças bolsonaristas como a deputada estadual Clarissa Tércio e o seu marido, o vereador Junior Tércio, em virtude da janela partidária. Agora, entrará em discussão se o PP continua na Frente Popular ou migrará para a oposição.
Comentários