Eleições 2022

Com Teresa Leitão indicada para o Senado, Frente Popular pode sofrer baixas

O deputado federal André de Paula, que estava cotado para ser o candidato ao Senado na chapa do PSB, anunciará seu futuro político nesta terça

Mirella Araújo
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Mirella Araújo
Publicado em 02/05/2022 às 18:39
ROBERTO SOARES/ALEPE
Teresa Leitão acredita não haver mais empecilhos que impeça que a vaga do Senado seja do PT - FOTO: ROBERTO SOARES/ALEPE
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O PSB deve apresentar nos próximos dias a chapa majoritária completa que irá disputar o Governo de Pernambuco. Isso porque ficou definido que o imbróglio sobre quem ocupará as vagas do Senado e vice seria resolvido até o dia 7 de maio, data de lançamento da pré-candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A deputada estadual Teresa Leitão, indicada para o Senado, afirmou ao JC que “entre o PT e o PSB tudo está sacramentado”. “Mas a condução desse processo dentro da Frente Popular é do governador Paulo Câmara. A informação que nós temos é que como o PT de fato está apresentando meu nome, os outros partidos já acataram essa indicação”, disse.

 

Os ajustes finais passam pela coletiva de imprensa convocada pelo presidente estadual do PSD, o deputado federal André de Paula, para esta terça-feira (3), às 10h, em Boa Viagem. Durante a conversa, o parlamentar deverá anunciar seu futuro político, oficializando que não disputará o Senado nessa composição com socialistas e petistas. Não existem muitas expectativas de que André possa aceitar ser o pré-candidato a vice-governador, por já ter declarado em diversos momentos que o PSD o quer no Congresso Nacional.

Vale lembrar que o dirigente chegou a ser procurado por Marília Arraes, pouco antes dela anunciar sua filiação ao partido Solidariedade e lançar sua pré-candidatura ao Governo de Pernambuco. Na ocasião, André de Paula disse ao JC, que não tinha pretensão de mudar de palanque.

Mesmo que decida permanecer na Frente Popular de Pernambuco, esse movimento não se dará sem rusgas com os socialistas e aliados. Em 2020, conforme revelado pelo Blog de Jamildo, o então candidato a prefeito do Recife pelo PSB, João Campos, havia feito uma promessa para que André de Paula pudesse apoiá-lo no pleito municipal, garantindo as costuras necessárias para que ele pudesse disputar uma vaga na Casa Alta.

O que os dois talvez não pudessem prever era o fator PT, mais especificamente o ex-presidente Lula, interferindo nessa extensa negociação. Desde a retirada da pré-candidatura a governador do senador Humberto Costa, o Partido dos Trabalhadores reivindicou o direito a estar na vaga majoritária. Durante o processo, houve a indicação da deputada federal Marília Arraes, que recusou ser pré-candidata a senadora na chapa liderada pelo PSB e negou que tenha autorizado negociações em seu nome.

Com a saída de Marília, apesar de ter sido indicado por uma ampla maioria dentro do PT-PE, o deputado federal Carlos Veras decidiu abrir mão da sua pré-candidatura a senador, em prol do nome de Teresa Leitão, cotada pelos socialistas para na verdade, ocupar a vice.

"É com alegria e compromisso que recebo o gesto do companheiro Carlos Veras, de apoio ao meu nome para a candidatura ao Senado. Seguimos o caminho do fortalecimento do PT e da Frente Popular em Pernambuco", comemorou Teresa

No entanto, a petista sempre deixou claro que seu projeto inicial era disputar um mandato de deputada federal e que só abriria mão dessa corrida, se fosse para ir para o Senado - o posicionamento recebeu aval da Executiva Nacional e foi apresentado na última semana.

Centro

A defesa pelo nome de André de Paula não se deu apenas por uma promessa feita em período eleitoral. O parlamentar seria uma peça fundamental para replicar o discurso nacional propagado pelos socialistas e até mesmo pelo PT, de que é necessário abrir o diálogo com o campo de centro no país.

Acontece que as alas resistentes ao nome de André bateram o pé sobre o currículo de votos do parlamentar na Câmara dos Deputados, em pautas alinhadas com o governo federal. Eles também destacaram o voto favorável pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, apesar desse argumento ser considerado frágil, já que o PSB também votou pelo impeachment da petista.

Ainda assim André de Paula detinha a preferência do governador Paulo Câmara e do próprio pré-candidato a governador Danilo Cabral, mas  o indicativo do que está sendo encaminhado, demonstra que eles não souberam contornar a situação a favor do pessedista.

 
 
 
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