Troca de partidos tira Marília Arraes de cargo na Câmara dos Deputados

Marília Arraes havia concorrido ao cargo de forma avulsa e contrariando o PT na época
Mirella Araújo
Publicado em 23/05/2022 às 19:47
CRITÉRIO Para a vaga ocupada por Marília Arraes, só vão poder concorrer candidatos filiados ao PT Foto: ARNALDO CARVALHO/JC IMAGEM


A deputada federal Marília Arraes, que ocupava o cargo de 2ª secretária da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, foi destituída do posto. O motivo é a troca de partidos feita pela parlamentar, que saiu do PT para se filiar ao Solidariedade para disputar como pré-candidata a governadora de Pernambuco. 

De acordo com o regimento interno da Casa, o membro da Mesa Diretora que trocar de partido, perde o cargo automaticamente, já que o cargo pertence a indicação da agremiação. O presidente da Câmara, deputado federal Arthur Lira (PP-AL), convocou, nesta segunda-feira (23), uma nova eleição, que também deverá escolher os novos vice-presidente, 1º e 3º secretários.

A votação será realizada na próxima quarta-feira (25), de forma presencial. Os candidatos devem apresentar seus nomes formalmente até as 19h, desta terça-feira (24).  Para a vaga de 1º vice-presidente da Mesa, antes ocupada pelo deputado Marcelo Ramos, que saiu do PL para o PSD, só poderão concorrer deputados filiados ao Partido Liberal, ao qual coube o cargo em questão, nos termos acordados para a eleição no biênio 2021/2023.

Já para a vaga ocupada por Marília Arraes, só vão poder concorrer candidatos filiados ao PT, assim como para a vaga de 3º Secretario, que era da deputada Rose Modesto, que se desfilou do PSDB e migrou para o União Brasil, somente deve disputar os parlamentares do PSDB. 

Atrito

A candidatura de Marília Arraes para a 2ª Secretaria da Mesa Diretora (responsável pelas relações internacionais da Casa e pela emissão de passaportes), ocorreu em meio a tensão com a Executiva Nacional do  PT e a bancada federal do partido, que havia feito uma articulação para que o deputado federal João Daniel (PT-SE) pudesse assumir o cargo. Mesmo sendo uma candidata avulsa e contrariando o PT, a agora ex-petista, venceu o pleito.

"É importante destacar que nós, mulheres, assim como os jovens e outros representantes da minoria numérica que compõe o Parlamento, não podemos esquecer de que no ambiente legislativo existem muitas convenções, costumes e acordos, em todas as bancadas, independentemente de coloração partidária. E, infelizmente, a maioria dessas 'regras comuns' não consideram a necessidade de se abrir espaços para nós. Por isso, minha eleição tem sim um significado muito importante”, comentou Marília Arraes, na ocasião.

 


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