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Chuvas: veja o que pré-candidatos ao Governo de Pernambuco prometem para evitar mortes por deslizamentos

De 129 mortos em decorrência das fortes chuvas que atingiram Pernambuco, 120 ficaram soterrados em deslizamentos de barreiras

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Cadastrado por

Cássio Oliveira

Publicado em 16/06/2022 às 14:48 | Atualizado em 16/06/2022 às 14:50
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Após a morte de 129 pessoas em Pernambuco em decorrência dos deslizamentos de barreiras e afogamentos causados por fortes chuvas, os pré-candidatos ao Governo de Pernambuco apresentaram suas propostas para a área de habitação em uma série de entrevistas à Rádio Jornal.

A ordem das entrevistas foi definida em sorteio. A série começou com João Arnaldo, do PSOL, na quarta-feira (8), e terminou nessa quinta (15), com a participação de Danilo Cabral, pré-candidato pelo PSB.

Os pré-candidatos falaram sobre obras de prevenção nas áreas de risco, planejamento e ordenamento urbano nas áreas de morro.

João Arnaldo (PSOL)

Pré-candidato a governador de Pernambuco pelo PSOL, o advogado João Arnaldo disse ser possível retirar a população das áreas de risco de deslizamento para locais seguros em oito anos.

"Em alguns locais é possível que as famílias possam viver após uma requalificação e alguns outros não é possível e tem de ser feita uma remoção para área segura. O que é um absurdo é que o Estado de Pernambuco e as prefeituras conhecem todos os pontos, sabem as casas que as pessoas estão e simplesmente temos uma omissão completa, como se as pessoas fossem invisíveis, só aparecem quando tem uma tragédia", afirmou.

"Vamos fazer parceria e os municípios que garantirem cumprimento integral do orçamento previsto para isso, vamos triplicar esse valor e temos cálculo que mostra que em 8 anos é possível retirar todas as famílias do Recife de área de risco", disse o pré-candidato.

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Miguel Coelho (UB)

Pré-candidato pelo União Brasil, o advogado Miguel Coelho foi o segundo a ser ouvido e defendeu a criação de uma frente metropolitana em Pernambuco que atue na prevenção de desastres.

De acordo com Miguel, a responsabilidade não pode ficar a cargo, somente, das prefeituras. "Até porque muitas vezes elas não interagem entre si. O sistema de transporte público da Região Metropolitana já é integrado, a PPP da Compesa, de saneamento, também. Então, nossa ideia é lançar uma frente de ação metropolitana, com foco para a prevenção de enchentes e de desastres".

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Raquel Lyra (PSDB)

Pré-candidata pelo PSDB, Raquel Lyra defendeu a necessidade de obras para melhorar a qualidade de vida das pessoas que residem em áreas de risco de deslizamento. Para os moradores de localidades onde realmente não há condição de moradia, Raquel disse ser necessária a implantação de um auxílio para que essas pessoas consigam pagar aluguel enquanto esperam por obras ou por habitacionais.

"A gente precisa construir drenagem, demora muito tempo, tem que fazer projeto e fazer obra, demora até quatro anos a depender do volume de desapropriações, de remanejamentos de pessoas. Enquanto as obras não são feitas, a gente precisa garantir segurança às pessoas que vivem nos morros e nas encostas. Quem vive em área de risco absoluto, precisa ser retirado de imediato e a essa pessoa ser dado um auxílio aluguel como a gente faz aqui em Caruaru e garantir que elas possam ter lugar para viver de maneira adequada", destacou.

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Marília Arraes (SD) 

Pré-candidata pelo Solidariedade, Marília Arraes defendeu que, ao menos, 1% da Receita Corrente Líquida do Estado deve ser investida em habitação. "Pernambuco é o Estado com maior déficit habitacional do Nordeste. São mais de 300 mil moradias em déficit e mais de 70 mil somente no Recife. É preciso investimento contínuo e planejamento a médio e longo prazo para evitar tragédias."

Marília Arraes enfatizou que em relação às áreas de risco é preciso separar o que é responsabilidade do Governo do Estado e das prefeituras e que não pode adentrar na seara municipal. Ela apontou falta de prioridade das atuais gestões com a área de habitação.

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Anderson Ferreira (PL)

Pré-candidato pelo PL, Anderson Ferreira defendeu sua gestão enquanto foi prefeito de Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife. A cidade foi uma das cidades mais atingidas pelas chuvas neste mês de junho e o local onde mais morreram pessoas em decorrência de deslizamentos de barreira. 

De acordo com Anderson, foi realizado investimento, mas a chuva foi aquém do normal. Por isso, de acordo com ele, não é o momento de se buscar culpados pela tragédia. "A gente não pode querer achar, num momento de tragédia, culpados. São planos que precisam ser elaborados em décadas, em várias gestões. Chover 500 milímetros, em menos de três dias, só houve isso em 1975, então foi uma fatalidade. Lógico, cada qual deve fazer seu papel, em Jaboatão fizemos investimento forte nas áreas de encosta, mais de R$ 25 milhões, tivemos projeto habitacional histórico, foram mais de 2.224 unidades de habitação e mais de 6 mil famílias contempladas com moradia", disse.

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Danilo Cabral (PSB)

Pré-candidato pelo PSB, Danilo Cabral afirmou que a responsabilidade sobre as áreas de risco de deslizamento de barreira deve ser compartilhada entre União, Estados e municípios. Ele lembrou que houve, a partir da década de 1950, uma migração da zona rural para as cidades e disse que faltou um planejamento de estado ao longo dos anos, o que levou pessoas às áreas de risco de maneira desenfreada.

"É uma responsabilidade compartilhada, um problema com esse tamanho, você não consegue resolver exclusivamente a partir da lógica de um ente federativo, seja município, Estado ou União. Você deve compartilhar as responsabilidades e a conta. É preciso garantir que a conta chegue."

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