Entrevista

Miguel Coelho defende frente metropolitana para prevenir mortes por chuvas em Pernambuco

Miguel Coelho é pré-candidato a governador de Pernambuco pelo União Brasil

Cássio Oliveira
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Cássio Oliveira
Publicado em 09/06/2022 às 10:23
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ECONOMIA Ex-prefeito de Petrolina defendeu a redução da carga tributária em Pernambuco - FOTO: DIVULGAÇÃO
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A Rádio Jornal realiza uma série de entrevistas com pré-candidatos ao Governo de Pernambuco para tratar de políticas públicas e propostas para a habitação popular, obras de prevenção nas áreas de risco, planejamento e ordenamento urbano nas áreas de morro.

O pré-candidato a governador de Pernambuco pelo União Brasil, o advogado Miguel Coelho, foi o segundo a ser ouvido - após um sorteio - e defendeu a criação de uma frente metropolitana em Pernambuco que atue na prevenção de desastres.

Nas últimas semanas, 129 pessoas morreram no Estado em decorrência de deslizamentos de barreiras em diversos pontos causados pelas fortes chuvas

De acordo com Miguel, a responsabilidade não pode ficar a cargo, somente, das prefeituras. "Até porque muitas vezes elas não interagem entre si. O sistema de transporte público da Região Metropolitana já é integrado, a PPP da Compesa, de saneamento, também. Então, nossa ideia é lançar uma frente de ação metropolitana, com foco para a prevenção de enchentes e de desastres".

Coelho explicou que o intuito é poder retirar as pessoas de zonas de risco e fazer o trabalho de prevenção nos morros e encostas, nas comunidades que estão colocadas em áreas de risco.

A ideia do pré-candidato é ter o Estado como líder dessa frente metropolitana para ser o principal aportador de recurso seja com recurso próprio ou contraparte das prefeituras.

"E, principalmente, buscando recursos em Brasília, com o governo federal, ou com organismos internacionais como Banco Mundial, Banco Interamericano, e outros que possuem linha de crédito específica para esse tipo de obra", comentou.

Mortes após chuvas em Pernambuco

Durante a entrevista, Miguel Coelho disse haver omissão do poder público com a população que vive nas áreas de risco de deslizamento. Ele lembrou que 12 anos atrás, o Recife tinha três mil pontos de risco e, agora, são mais de 9 mil espalhados pela capital. Ele também citou a necessidade de conclusão do Canal do Fragoso, em Olinda, e contenção do Rio Jaboatão, além o trabalho de prevenção das barragens. 

"O que vimos na região Metropolitana era uma tragédia anunciada. Dados de habitação apontam que Pernambuco é o Estado com maior déficit habitacional do Nordeste. São mais de 300 mil residencias que faltam. Nos últimos oito anos, de Governo Paulo Câmara, se investiu mais R$ 500 milhões em propaganda e menos de R$ 140 milhões em habitação. Quando falamos de encostas, morros, precisa falar também de macro drenagem das cidades e o governo do Estado investiu menos de R$ 40 milhões nisso. Então, isso mostra a omissão, a ausência, do governo com a vida de quem mora nessas zonas de risco", afirmou.

Ainda sobre habitação ele disse que cada região do Estado carece de uma política específica, mas defendeu foco prioritário na população em área de risco. "Essas pessoas estão expostas a uma grande chuva, a uma grande enchente, a perderem patrimônio, perderem a vida, como vimos a maior tragédia dos últimos 50 anos que Pernambuco foi acometido com quase 130 mortos e mais de 9 mil pessoas desabrigadas".

Interiorização do desenvolvimento em Pernambuco

Durante a entrevista, Miguel Coelho foi questionado sobre a necessidade de interiorização do desenvolvimento em Pernambuco. No debate da Rádio Jornal, esse ponto foi levantado como uma possível solução para famílias que queiram migrar de áreas de risco para outras cidades.

"A melhor forma de democratizar o desenvolvimento social e econômico é gerando emprego. As pessoas são atraídas pela geração de oportunidades e pela possibilidade e perspectiva de melhorar a qualidade de vida. Mas, por outro lado, sair da cidade natal é uma decisão particular, uma decisão sensível, que precisa ter outros fatores de contexto social analisados. O Estado não pode simplesmente impor a mudança, mas criar condições para que as pessoas estejam convencidas de que a decisão é a melhor possível", disse.

Miguel Coelho defendeu a redução da carga tributária em Pernambuco e a privatização da Compesa. Inclusive, pelo que o pré-candidato colocou, sua proposta de investimento passa pela necessidade de privatização da Companhia de Abastecimento, que ele já critica há anos, desde sua gestão como prefeito de Petrolina.

"Defendo a privatização para acabar com o rodizio e a falta de água no Estado e investir em saneamento. Essa privatização vai dar acesso a um grande volume de dinheiro para que o Estado faça o maior programa de investimento da história de Pernambuco pelos próximos quatro anos. A meta é investir pelo menos R$ 12 bilhões de reais para que possamos pensar as cidades, os crescimentos e como Pernambuco pode se desenvolver gerando oportunidade".

Por fim, Miguel disse que, se eleito governador, não terá dificuldades em dialogar com o governo federal, independentemente de quem seja eleito presidente da República. "Se for governador, a prioridade será a população. Seja o presidente Luciano Bivar, Jair Bolsonaro ou Lula. Seja quem for, jamais posso deixar questão ideológica partidária ficar acima dos interesses de população".

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