São João de Bolsonaro: desde o dia 23, o presidente não dá expediente em Brasília
Militar tem participado de agendas públicas desde então, a maior parte delas em cidades com tradicionais festas de São João, e impulsionado a própria pré-campanha à reeleição
Em meio à crise que se instalou no governo após a prisão do ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, inclusive com suspeitas da interferência do presidente Jair Bolsonaro (PL) no trabalho da Polícia Federal, o chefe do Executivo federal não dá expediente no Palácio do Planalto desde a última quinta-feira (23). Ele tem participado de agendas públicas desde então, a maior parte delas em cidades com tradicionais festas de São João, e impulsionado a própria pré-campanha à reeleição.
Pernambuco
Na véspera de São João, o militar da reserva esteve em Caruaru, onde realizou uma motociata com apoiadores, transmitiu a sua live semanal e visitou a área em que as apresentações artísticas são feitas na cidade. Ele chegou a discursar por menos de 30 segundos durante a apresentação do ex-ministro do Turismo, Gilson Machado Neto (PL), pré-candidato a senador, mas foi amplamente vaiado por parte dos presentes.
- Revelada estratégia de apresentadores pró-Bolsonaro da Jovem Pan; Saiba mais
- Bolsonaro debocha das sugestões de filmes feitas por Lula nas redes sociais: "O Senhor do Triplex"
- Bruno e Dom: 49% dos brasileiros acreditam que o Governo Bolsonaro fez menos do que poderia em investigação, diz Datafolha
- Anitta detona Bolsonaro em entrevista: 'não deve ser mencionado para não atrair energia ruim'
- Bolsonaro solta o verbo sobre "Trenzinho" da esquerda; saiba mais
Paraíba
Na sexta-feira (24), na Paraíba, Bolsonaro mudou a sua estratégia e montou uma festa junina apenas com apoiadores em João Pessoa. No município, o presidente participou de um evento para entrega de moradias financiadas pela Caixa Econômica Federal.
Na sua passagem pela Paraíba estava previsto um almoço na Vila Sítio São João, em Campina Grande, mas Bolsonaro cancelou o compromisso, passando apenas cerca de 10 minutos no local.
Ao chegar neste ponto da agenda, onde era aguardado pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, além de outros aliados, o presidente voltou a ser vaiado por opositores, mas também foi aplaudido por seus apoiadores.
A razão do cancelamento do almoço não foi informado, mas ocorreu pouco depois da divulgação do áudio de Milton Ribeiro revelando que falou com o presidente sobre ele ser um provável "alvo de busca e apreensão". O ex-auxiliar de Bolsonaro foi preso no dia 22 de junho.
Em Campina Grande o presidente também promoveu uma motociata e, à noite, esteve no Parque do Povo acompanhado pelo prefeito da cidade, Bruno Cunha Lima, ministros e deputados. Ele assistiu à apresentação de uma quadrilha junina e foi embora sem falar com a imprensa.
Santa Catarina
Na manhã do sábado (25), o militar esteve no evento religioso Marcha para Jesus em Balneário Camboriú, no litoral de Santa Catarina. Bolsonaro discursou na ocasião, mas evitou mencionar o escândalo do MEC.
"Um milagre a minha sobrevivência. Por que não dizer quase um milagre uma eleição. Depois também formar um ministério com pressões as mais variadas possíveis para que Brasília continuasse como sempre esteve ao longo das últimas décadas. Fizemos o contrário, apostamos, porque sempre devi lealdade a este povo que está aqui à minha frente", disse o presidente.
Ele chegou à marcha por volta das 10h30 e subiu ao palco pouco antes das 11h. O evento acabou oficialmente às 12h05.Ainda na cidade, Bolsonaro almoçou com apoiadores, além de políticos e empresários. Esta é a terceira vez que o presidente participa de uma Marcha para Jesus, organizada por igrejas evangélicas.