Da Estadão Conteúdo
O ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, acabará passando a noite em São Paulo. Ele foi preso nesta quarta-feira (22), na Operação Acesso Pago.
A Justiça Federal havia determinado a transferência imediata do ex-ministro para Brasília e chegou a negar um pedido da defesa para mantê-lo em São Paulo até a realização da audiência de custódia, marcada para a tarde de amanhã.
Em novo comunicado no início da noite, a 15.ª Vara Federal do Distrito Federal disse que a audiência será feita por videoconferência.
A defesa confirmou que ele vai passar a noite na superintendência da Polícia Federal em São Paulo.
A prisão de Ribeiro, preventiva - sem data para acabar - foi determinada pelo juiz Renato Borelli, da 15ª Vara Federal Criminal do Distrito Federal, no âmbito da investigação sobre o sobre o ‘gabinete paralelo’ instalado no Ministério da Educação, com favorecimento de pastores na distribuição de verbas - caso revelado pelo Estadão. O mandado cumprido em Santos, no litoral paulista, cita supostos crimes de corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa e tráfico de influência.
A operação deflagrada na manhã desta quarta-feira apura a prática de tráfico de influência e corrupção para a liberação de recursos públicos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação ainda busca cumprir outras quatro ordens de prisão.
Os agentes que participam da ofensiva ainda vasculham 13 endereços em Goiás, São Paulo, Pará e Distrito Federal. Entre os alvos das buscas estão o próprio Milton Ribeiro e os pastores Arilton Moura e Gilmar Santos - dupla que está no centro do esquema sob suspeita. O juízo da 15ª Vara Federal Criminal do Distrito Federal também deferiu medida cautelar de proibição de contatos entre os investigados e envolvidos.
O inquérito foi aberto a pedido do procurador-geral da República, Augusto Aras, e por ordem do Supremo Tribunal Federal, em razão do foro privilegiado de Milton Ribeiro, à época ainda ministro da Educação. Após o aliado do presidente Jair Bolsonaro deixar o governo em meio ao escândalo, a ministra Cármen Lúcia remeteu o inquérito para primeira instância.
A Polícia Federal informou que, com base em documentos, depoimentos e relatório de investigação preliminar da Controladoria-Geral da União, "foram identificados possíveis indícios de prática criminosa para a liberação das verbas públicas".