"Fiquei impressionada com o apoio que a gente tem", diz Marília Arraes sobre os atos de Lula em Pernambuco

A pré-candidata a governadora de Pernambuco pelo Solidariedade, a deputada federal Marília Arraes (SD), afirmou ter sido surpreendida com a reação de parte do público que esteve no ato público realizado pelo ex-presidente Lula, nessa quinta-feira (21).

Durante o evento no Classic Hall, além das constantes vaias direcionadas para os membros do PSB, em especial o pré-candidato a governador Danilo Cabral, e o governador Paulo Câmara, vários militantes também levantam coro à favor de Marília Arraes.

Ao comentar sobre o episódio e rebater as acusações de que os gestos que provocaram constrangimento aos socialistas, teriam sido “orquestrados”, Marília lembra que “quem está com o governo e está com a máquina são eles”.

“A gente não mandou absolutamente ninguém. Agora, óbvio, o público que vota em Lula, a grande maioria vota com a gente também. Então acho que isso é natural essa reação, inclusive isso me surpreendeu, fiquei impressionada com o apoio que a gente tem”, afirmou a parlamentar, em entrevista à Rádio Pajeú, na manhã desta sexta-feira (22).

Segundo a pré-candidata, ela seria a liderança política que tem a identificação e que o povo estaria associando ao Lula. A visita do líder petista foi vista com muita expectativa por parte do PSB, para poder alavancar a chapa liderada pelo deputado federal Danilo Cabral e que tem a pré-candidata ao Senado, Teresa Leitão (PT), e a pré-candidata a vice, Luciana Santos (PCdoB).

Entretanto, nos três atos públicos realizados em Pernambuco - passando por Garanhuns, Serra Talhada e Olinda - as vaias não passaram despercebidas. O desconforto foi tão grande que o tom dos discursos proferidos no último dia de Lula no Estado, foi de que seria preciso superar as divergências para eleger o ex-presidente. Ou seja, ficou inevitável responder às provocações negativas do público.

“É uma grande responsabilidade a gente representar esse sentimento de mudança, a gente tá aqui capitaneando, liderando esse processo de mudança de Pernambuco, alinhado programaticamente e ideologicamente com os compromissos do presidente Lula”, defendeu Marília Arraes.

PROJETO PESSOAL

Outro ponto questionado durante a entrevista à Rádio Pajeú, foi com relação à acusação de que ela estaria priorizando apenas os interesses pessoais. Não é a primeira vez que Marília Arraes tenta disputar o comando do Palácio do Campo das Princesas. Em 2018, ela foi rifada pelo PT, em prol de uma aliança nacional com o PSB no segundo turno, para eleger o então candidato a presidente Fernando Haddad, que hoje é pré-candidato a governador de São Paulo.

Nas eleições municipais de 2020, o embate para ser candidata a prefeita do Recife contra o PSB contou com intervenção da Executiva Nacional do PT para ser viabilizado. Apesar de ter levado a disputa para o segundo turno, ela acabou perdendo a eleição para João Campos (PSB).

Agora em 2022, Marília chegou a ter seu nome indicado para ser a pré-candidata a Senadora pelo PT na chapa da Frente Popular. Mas, a parlamentar acusou o partido de usar indevidamente seu nome e não aceitou a indicação. Ela chegou a se reunir com Lula em São Paulo para comunicar que estava de malas prontas para deixar o PT, oficializando em seguida que seria pré-candidata a governadora pelo Solidariedade.

“Não sei qual o significado do que eles atribuem às coisas, se eles vivem em um universo paralelo. Não sei o que é. Estamos aqui eu, André de Paula, Sebastião, somos três deputados federais que poderíamos ser candidatos à reeleição e estaríamos com nossa eleição resolvida, ninguém duvida que temos uma base importante de apoio”, disse.

“Mas, estamos aqui nos colocando à disposição de Pernambuco para trabalhar pelo nosso estado e fazer essa mudança que Pernambuco precisa”, rebateu Marília, afirmando que tem sacrificado sua vida pessoal para estar em pré-campanha. Mãe de duas filhas, uma de sete anos e outra de seis meses, Marília Arraes confirmou que está à espera do terceiro filho.

“Esse tipo de narrativa mostra a desconexão que eles têm com o povo. Eles não conseguem chegar junto dos sentimentos das pessoas mais. Eles estão desconectados da gestão e desconectados da política também”, disparou.